sábado, 18 de fevereiro de 2017

O JARDINEIRO

Senhor tal não fala
não tem os dentes da frente
grunhe e não se entende
arranca a flor junto ao mato
não distingue beleza de acúmulo
se oferece um prato de comida
só come sanduíche e não tem dentes
quebra os vasos de cerâmica
na rudeza é mestre do arrancar
uma rosa lhe sorri e ele não vê
que tristeza ver o mato crescer
que tristeza não ver o homem
não há nada no homem
só sabe que tem que arrancar 
homem daninho 
a rosa abriu

2 comentários:

Nadine Granad disse...

... e tantos jardineiros a estragar jardins alheios...
tantas metáforas!...

Beijos =)

Valsa Literária disse...

Linda!

POEMETO COM MOTE

Mote: Por fora não se nota, mas a alma anda-me a coxear há setenta anos.  (Saramago em As pequenas memórias)  Qual alma não vacila? Oscila.....