sexta-feira, 27 de março de 2015

NIEBLA

E assim a vida passa ao lado e se assiste como um enredo triste e sem graça; das personagens nada se tira de bom, porque são todas planas e secundárias e seguem seus scripts cotidianos, porque nada pode ser mudado nesse roteiro. Cada um tem o seu a ser cumprido.
E assim a história vai, nem romance, nem ficção, tem um pouco de realismo, não fantástico, não nos prestamos às fantasias, seguimos o rumo determinado até o fim. Não esperamos que nada mude porque é difícil alterar a ordem das coisas. Falta interpretação, falta doçura, sentimento e compaixão. Não se deve apenas deixar vomitar as falas, em longos monólogos, chatos e tão melancólicos. Na cena a moça tenta mudar a fala, coitada, as personagens não respondem, os diálogos ficam desconexos, ela sorri e percebe que não se pode mudar o destino programado, é proibido tentar ser algo além de personagem. E assim a vida passa...

quinta-feira, 5 de março de 2015

IRMANDADE


Mote: “Pergunte sempre a cada ideia: a quem serves?” (Brecht)

 

Serve ao mundo sua

ideia da transformação

a cada ato um cordato

nunca é consolidado

qual é o nome do sujeito?

ensaia a própria existência,

nesse mundo de mercado

espécie de confraria, uma comédia

seu trabalho, estamparia

da forma, da estética, dos bons tratos

são várias as visões e poucos os equívocos

colecionados, desgrenhados no tempo em que a história para, para ver...

qual é o nome do sujeito?

ele serve ao mundo

que se há de fazer

ele é o mundo improvisado

apaixonado

de certezas, de poesia, da ideia

ele é o sujeito!

 

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!