segunda-feira, 26 de agosto de 2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

VILANCETE IMPERFEITO


MOTE

Escrever é um fardo

Se não há mais valor

O verso sai debalde

 

VOLTA

Se o verso já é bastardo

Minha poesia sem ardor

Já não possui mais ledor

Que faço eu com o fardo

Quando verso é debalde

Escrevo noutro arrabalde?

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ELEGIA MODERNA


Estar triste

Não é ser

É ter um aperto

Necessário que

Impulsiona a alma ao vento

Triste é a chuva fina que olho pela janela, que embaça

Triste é a rosa que acabou de lançar a última pétala ao chão

É ter um lamento

É provocar o coração ao desaperto

É procurar o lirismo das bocas caladas

Não é ser tristonho ou medonho

É estar a contemplar a feiura das coisas, o gesto inacabado e a pobreza de tudo

O tal aperto

Que leva, me leva, enleva.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

BROCARDO


Com essa vida idiocotidiana
que levo,

ter calma, tempo e inspiração
para conseguir escrever algo
é muito mais do que um mero

ato de coragem,
é uma baita sacanagem!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

OLHO DE HÓRUS


Hoje, depois de passar por exames oftalmológicos descobri que além de míope e astigmata, sou presbíope. E que na verdade além da luz que entra em meu olho se dispersar e eu acabar enxergando várias imagens diferentes, e também que sou pouco perspicaz, já que vejo tudo sem a menor nitidez, agora tenho a vista cansada.

De fato, depois de atentar que estou a ficar velha, o que mais me chamou atenção para toda essa problemática ocular é que analogamente minha vista sempre acompanhou meu jeito de viver. Se no início, ainda criança detectou-se a miopia, era certo, pois eu via tudo sem muito sentido. Quando jovem, sempre tive várias opiniões e minha visão de mundo era sempre desacertada tanto para longe quanto para perto.

Ironia ou não, Deus faz as coisas certas. A vista cansada só poderia estar acompanhada da maturidade e da velhice mesmo. Perdemos o foco na inutilidade das coisas, a nossa flexibilidade já não é mais a mesma, em todos os sentidos, em todos os sentidos. Tenho agora toda a paciência do mundo para tirar e por meus óculos, infinitamente...

 

 

sábado, 3 de agosto de 2013

RÉCITA


Quero distância dos verbos

Não quero ter a ação dos

Movimentos da alma

Preciso da calmaria dos

Ventos chamados brisa

Porque há em mim o

Desejo necessário de poder respirar em paz

Involuntariamente

Sem haver muita razão

E entendimento nisso tudo

Porque minha alma dormita levemente

Descompromissada

Em não querer nada mais

Do que apenas ser calma.

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!