segunda-feira, 31 de julho de 2023

A ESCOLHA DE BRIENNE

 

Eu sei que você deve gostar de histórias de princesas e príncipes.

Não? Duvido!

Enfim, essa é uma história de uma princesa chamada Brienne, ou Bri para os íntimos, ou Berenice nas horas de levar bronca, princesa esta, que teve que fazer uma escolha bem difícil. Mesmo que você não goste dessas baboseiras de contos de fadas, vai querer saber qual foi a escolha de Briene, não vai?

Vamos lá....

Tudo começou num Reino chamado Reinópolis, e lá no castelo, viviam o rei, a rainha, e claro, sua filha Brienne, filha única e princesa de Reinópolis.

Era uma pasmaceira deliciosa a vida real em Reinópolis. Ninguém fazia nada de emocionante naquele lugar; às vezes, a rainha pintava uns quadros que eram tão feios que o rei mandava pintar de branco em cima, para ela poder pintar de novo e de novo e... chega!

O rei gostava mesmo era de comer e de jogar xadrez com o bispo, porque ele sempre ganhava todas as partidas, ou o bispo deixava o rei ganhar sempre!

Nunca saberemos disso.

E finalmente, trancada em seu quarto real, vivia nossa princesa que possuía um temperamento muito forte e também tinha bastante imaginação.

O único defeito da princesa Brienne era que ela parecia ao pai e comia tudo que se passava em sua frente. Isto era um perigo porque quando ela era mais nova comia grama, remédios, lambia tubos de tinta, comia a ração dos animais do reino, entre outras coisas, que eram mesmo para comer, como bolo de chocolate. Sempre alguém tinha que ficar de olho na princesa Brienne, para ela não comer nada de perigoso.

Agora que ela já estava uma linda donzela, só comia mesmo comida real, feita pela cozinheira ou por ela mesma, quando decidia inventar doces na cozinha do castelo. Isso também de que a princesa não comia mais coisas absurdas, nunca saberemos!

 

Mas, como dizíamos, a vida em Reinópolis era muito pacata e sem graça, dessa forma, como acontece em todos os contos de fadas, o rei quis dar uma festa para achar um pretendente para casar com Briene.

- Eu não quero me casar!

- Você não quer se casar?

- Eu não quero me casar!

- Ela disse que não quer se casar?

- Eu não quero me casar!

Nem preciso dizer para vocês de quem são as falas lá de cima. Simplesmente a princesa Bri foi categórica em dizer que não queria se casar.

Depois de ficarem repetindo as mesmas perguntas, o rei e a rainha decidiram aprontar.  Convocaram uma festança real em Reinópolis. O bispo ficou bem louco e as cozinheiras também, porque o rei ordenou que tudo fosse feito bem rápido para achar o pretendente logo.

Assim, chegou o dia da festa, porque queremos que esta história ande logo.

Todos os cavaleiros do reino estavam lá e todas as moças, e as outras princesas de outros reinos próximos e tudo estava muito lindo e alegre. A música entoava as danças e a rainha conversava animadamente com as outras rainhas. Todos estavam muito animados até que alguém disse:

- Mas onde está a princesa?

Sim. Onde está a princesa?

Ninguém sabia onde estava a princesa. O rei furioso ordenou que o bispo achasse a Brienne o mais rápido possível. A festa parou, a música parou e todos ficaram estupefatos quando viram a bela princesa descer a escadaria dizendo:

- Só me caso se o pretendente conseguir comer o que eu comer! Promete meu pai? 

Todos imediatamente olharam para o rei que titubeou e pensou que ia ser moleza essa história. A rainha tentou opinar, alertando o rei, mas ele nem esperou e disse:

- Concordo!

E como vocês sabem Bri era muito boa em comer de tudo.

 Veio o primeiro pretendente e ela deu-lhe um vaso de jardim, que era para iniciar já mostrando como tudo seria. O príncipe riu e disse que ela só podia estar de brincadeira. Brienne comeu metade do vaso e achou uma delícia. O rapaz tentou, engasgou, cuspiu e saiu correndo.

O segundo pretendente achou que também seria moleza e aconteceu igual. Brienne comeu um pedaço do vestido da rainha, comeu os arcos dos violinos, e ainda bebia goles de champanhe para saborear com mais facilidade. E assim, o terceiro, o quarto e quinto pretendentes foram derrotados e ninguém mais queria casar com uma princesa que comia tudo que via pela frente.

A festa acabou ali mesmo. Todos foram embora achando que nunca veriam outra coisa igual.

O rei desolado sentou no trono real e não sabia o que dizer. A rainha dizia o tempo todo que o rei não a tinha escutado, e que a filha tinha sido esperta demais. O bispo desapareceu com medo de ser obrigado a resolver a situação.

Enfim...

Todos nós sabemos que Brienne tinha uma escolha, uma escolha muito importante para ser feita.

E era agora:

- Meu pai e minha mãe. Sei que era desejo de vocês que eu me casasse, tivesse filhos e seguisse a vida em Reinópolis. Porém, não é isso que eu desejo. Eu quero conhecer o mundo, quero viajar de reino em reino, de aldeia em aldeia, conhecer pessoas, comer coisas diferentes, aprender outras danças e saber das coisas. Sempre vou amar vocês, mas se desejam que eu seja feliz, devem me deixar partir.

 E foi assim que Brienne fez sua escolha.

 O rei e a rainha deram todo apoio.

No começo, sentiram uma tristeza imensa, mas, conforme as cartas e os desenhos que Brienne mandava do mundo desconhecido e infinito, que ia conhecendo, chegavam, eles perceberam que o sonho dela era também parte do sonho deles e que através da escolha de sua filha, eles também seriam felizes.

 

 

 

 

 

       

quinta-feira, 27 de julho de 2023

CRÔNICA DA GENTILEZA

 

                 Naquele dia o rapaz foi conversar com a velha senhora solitária, porque sabia que era preciso fazer com que ela falasse, era preciso deixar ela falar. E vejam só como a mulher vomitou toda sua retrospectiva da vida, com pormenores e também com direito aos detalhes sórdidos. E o rapaz ouviu-a; escutou cada centímetro da prosa, porque sabia que a solidão amargava o ser. 

                 Naquela tarde a garota foi buscar a velha senhora, levou-a às compras, para a farmácia, deixou que a idosa combinasse como seria melhor o que seria feito na hora do jantar. Apenas levou-a, acompanhou-a e deixou que tudo fosse feito á maneira dela, da velha senhora, que escolhia as frutas e lamentava o dia, reclamando ao exagero de tudo,  como quem nunca viu um céu azul, ou uma flor a abrir. A garota fez tudo sorrindo, porque sabia que a solidão cegava o ser.

                Naquela noite a mulher foi ligar para o velho senhor. Deixou que ele falasse tudo que podia depois do alô, mas nada ouviu. Pensou que poderia fazer o velho dizer meia palavra, mas só ouvia a respiração ofegante do outro lado da linha. Tentou mais uma vez perguntar o aleatório, puxar a prosa, mas ouviu a mesma tosse de sempre e o pigarrear da garganta do velho, que nada de som maior emitia. Assim, decidiu dizer "boa noite", "durma bem" e "se cuide", como sempre dizia.  A mulher ligou, e ligaria sempre, porque sabia que a solidão emudecia o ser.

    Sorria: você está sendo humanizado!

quarta-feira, 26 de julho de 2023

segunda-feira, 24 de julho de 2023

FLOR

 ASSIM QUE VI

NO JARDIM A FLOR

MEU OLHO VIBROU

BRIGANDO PARA NASCER

O BOTÃO ESPREMIDO

LATEJAVA

O AMOR É ASSIM TAL COMO A FLOR

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!