sábado, 26 de julho de 2014

BICHO-GRILO

papão
de grão
de não
de confusão
adepto ao vão
odeia ladrão
sonhos desvão
palavra versão
de não
senão gestão
queima o brasão
dorme em papelão
esconjura patrão
detona o refrão
demão
de não
de grão
vidão

segunda-feira, 21 de julho de 2014

NA DÚVIDA

...mantenha o charme. Vi essa frase há muito tempo, ainda criança, na porta do quarto de minha tia, creio era o Snoopy quem falava, com um sorriso irônico nas fuças caninas. Não sei porque tal imagem veio aflorar em minha mente agora, hoje, e pensando, já que existo, matutei que tenho tantas dúvidas, tantas, que não cabem em verso menos muito em prosa, e nem folha existe para relacioná-las em rol. Mas certo é que tento manter o charme, irônico idem, em todas elas, aliás vivo me requebrando em poses elegantes e nada. Há cheiro de dúvidas no olhar, sou toda uma interrogação e carregada de reticências...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

TIPOLOGIA OU ESTUDO DA NATUREZA HUMANA

          Amarro meus sapatos. Se os amarro, ainda, curvando-me sobre a barriga que se encolhe e vou até os cadarços para entrelaçá-los por entrededos, sei que ainda manejo minha vida. Ora, então, espanto as pombinhas todas tantas quando sinto o pouso demasiado, assim como bebo do gole amargo e trago a fumaça vazia. Faço da minha mordaça quando necessito grito e julgo a mim o que é fato. Ora, pois, que vem de dar de ombros a vida em minha cara, põe a rir-se estúpida e estragada em dentes esburacados. Respondo à dita com o mesmo rancor, porque já não mostro os dentes á toa. Olho com olho esbugalhado, bem abertão mesmo, longe de ser tapeada, sou estúpida, não pulha, sou pudicícia, graças a deus. E com os peitos derrubo a derrocada, paulada nela, porque brava sempre fui e hei de ser até bem velha e sem dentes também. Pago meus impostos, pago meus pecados e tenho tido todos nesses tempos de carências tamanhas e também pago meus vícios, porque tenho tantos necessários prazeres viciados em vícios, já que os vicio, vicissitudes e pago bem, muito bem. Ora, mais, que por tanto tempo  temos esperado que a bosta seque antes mesmo de sujar meus sapatos nela ainda molhada, nesses dias em que há tanta bosta para ser pisada, amarro meus sapatos, estão limpos, bem sei que estão e dou gargalhadas para vida!

sábado, 12 de julho de 2014

Ocaso

O dia amanheceu em instantes, o Sol bateu com raio velho e fraco, pequenos frames do anteontem e as frágeis memórias são latentes, há uma dúvida no ar, sinto o passado agora e ele me aparece mais compreensível que dantes, porém não menos doloroso. Há cheiro de ontem. Queria poder derramar a mesma lágrima chorada, mas já soa tão entendido esse passado que não há verdade em chorar por ele novamente. Enterro hoje e vislumbro um bocado de amanhã.

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!