sexta-feira, 29 de maio de 2015

quarta-feira, 13 de maio de 2015

O TÉDIO E O ASSÉDIO

O assédio perguntou
ao tédio: o que vai ser hoje?

E depois de tanta esparrela
o tédio, sem muita hora
respondeu: tem remédio para tramela?

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O JARDIM DE GILDA


A mulher cavouca a terra, já adubada pelo melhor resto de coisas que há, com as mãos e unhas que agora já trazem a escuridão fértil, impregnadas. Nesse mesmo instante ela conversa com as pequeninas rosas coloridas que demoravam a nascer, perguntando às mesmas se não tinham inveja das roseiras já adultas. Nisso tudo reside um bocado de poesia, porque em Gilda e em seu jardim cabem muito mais que flores e frutos. Nisso existe uma bondade absurda, porque em suas verdes e doces esperanças, há em Gilda o toque do sonho e da simplicidade de se viver. Entre outra olhada, as orquídeas lhe sorriem abertas e reluzentes. Na briga com a jabuticabeira que carecia de poda em uns dos galhos, a mulher explica para árvore que há de se cortar para crescer, ela sabe bem que a próxima florada será intensa, antes dos frutos negros dependurados no tronco adocicarem sua alma. O jardim de Gilda guarda muito mais que beleza, guarda, ela mesma.

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!