terça-feira, 20 de outubro de 2015

INAÇÃO



Faz silêncio e olha, ali pelo buraco da vida. Vê como as pessoas andam se acotovelando, querendo um tanto de atenção daquela outra que é bem querida sabe-se lá por quê? Está na berlinda, meu amigo? Que você faz com essa sua opinião imensa? Trate bem todas elas, as pessoas, e ficarão por ali, na estante da sua vida! Onde é que estão seus amigos? Ou você é um ser social que amontoa amigos do tipo meus amigos? Olha agora ali do lado esquerdo, vê aquele outro grupo? Está vendo como são amistosos e omissos? São tão tradicionais na vida, são tão solitários como aqueles que riem sem parar e que olham de vez em quando pelo buraco de suas vidas rasgadas e solitárias. Vê como se socializam? Agora escuta o que dizem. Tem bastante opinião nisso tudo. Isso é bom, mostra que são humanos. Que pensam. Será que sentem? Ou mentem? Faz silêncio, senão acordam!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

CINEMA MUDO

tenho pensado muito em muita coisa e dessa maneira não poderia escrever algo com pontos e vírgulas e com toda a regra que a gramática me ensinou e ensina até hoje a não ser esse fluxo de coisas e ideias e pensamentos desordenados e confusos que é a minha cabeça e ela projeta tantas coisas que vejo e ouço e faço e também tantas outras que fazem e falam e tudo isso me torna diferente a cada dia porque nessa etapa da vida em que sei que mais velha estou e um pouco mais astuta comigo mesma sei que devo relevar certas posturas e atitudes porque também cá tenho eu um tanto de loucura e rabugice e vontades próprias mas certamente sei que não sou uma pessoa ruim e nem amarga e nem pouco amada e tenho certo que tudo isso melhora bastante a vida de alguém porque tenho muito colo por perto e quem gosta dessa pessoa aqui gosta mesmo sem regras e normas e tenho tido um tanto de dó das pessoas porque vejo um bocado de solidão e carências e maldades e picuinhas e até entendo esse vazio todo e tenho cá para mim de novo que há certas coisas que não mudam nem a pau não mesmo e que eu posso e você pode e eles podem se pintar de dourado e serem as mais agradáveis pessoas que nada fará alguém gostar de você de nós e deles porque há um tanto de doçura em ser inflexível e há também um desejo fidedigno em ter opinião formada e seguir as regras e normas e dessa maneira é que tenho pensado tanto

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

terça-feira, 18 de agosto de 2015

MISSIVA (ou cartinha mesmo)

Gostei do léria, original. 
A idade é isso mesmo, bate e chega sem pedir e traz junto as manias. Mas, vejamos quando eu tiver quase setenta e você estiver com a idade que estou agora, vai ser o quinhão de manias, suas então, piores que minhas, que já estarei gagá e com permissão para insanidades. Enfim caro amigo, caríssimo, custa caro nossa amizade, mantê-la é um turbilhão, nesse mundão que conspira tanto contra-com o perdão da rima paupérrima. 
O cotidiano nos aflige, é só isso. Mas...odeio as adversativas! Estamos será para o que der e vier. Comemoremos a nossa amizade. 
Um brinde aos eternos amigos de antes, de agora e de depois do amanhã!
Um grande abraço
 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

MULATA

Mulher ria vadia
Açucarada pela
Melodia mal viva
Do seu coração
Escuta o samba
Da vila, o cordão
Arrasta o tempo
E ensaboa chão
Na melodia ouvia
Repetia o refrão
Açucarada pela
Cantiga mal viva
Do seu coração
Vadia ria a dita

Quer uma oração, benze três vezes com um cordão!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

DESÁGUA

Na nuvem do silêncio de nós dois
Confundi palavra,será-seria minha?
Ou tua n´minha, invejinha, daquele
ou este, só nosso verso.
 
Olhei pelo avesso do amigo
Que vinha do outro lado
Da minha língua, raivinha, daquela
ou esta, palavra que instila.
 
Nós dois, nó no pescoço
Goela sequinha, mais serei
Uma só trova, poetastra, aquela
ou essa, odezinha que esquisita.
 
Na margem do rio de nós dois
Encontrei o curso do silêncio
Um, ou quantos necessários,aquilo
ou isso, que poeminha nos resta.

domingo, 9 de agosto de 2015

UM CONTO QUALQUER

Bastos era um senhor de sessenta e poucos anos que vivia sozinho em um pequeno apartamento do centro da cidade de São Paulo. O único filho morava em outro país e falavam-se poucas vezes durante o ano. Alguns parentes no interior, que a ausência de contato havia guardado na última gaveta da memória qualquer possibilidade de reencontros. Da sua rotina diária, além dos pequenos afazeres de limpeza, manutenção da sua sobrevivência, cozinhar algo, aparar a barba, alimentar os pássaros, sobrava-lhe uma enorme parte do dia para nada fazer.
Bastos era homem comedido, falava pouco e durante toda a vida mediu bem aquilo que lhe saía da boca; entre falar e dar sua opinião preferia calar-se; o que fez com que escutasse a vida toda que era um pau mandado, um nada, um livro sem receitas, um homem vazio... Nunca se importou com isso, não falava porque não valia a pena dizer, somente o que era certo era dito “três pães, por favor,”, não importava dizer algo sobre a coloração dos pães, “nossa, como estão tostados”, já estavam tostados, de que valeria dizê-lo.
Naquela manhã aparava a barba como o costume lhe mandara fazer, com a pequena tesourinha em punho, tirava pequenas lascas dos pelos grisalhos, que caiam sobre o pano metodicamente aberto na pia. Olhava para o seu rosto envelhecido e pensava no transcorrer da sua vida. Não era homem de se revoltar, sua alma era a mãe da resignação, aceitava as coisas, as pessoas, a vida, como aceitava o dia virar noite; os fios ora brancos ora pretos salpicavam o lenço branco junto com uma pequena gota de sangue “que merda!”.
O homem olhava assustado para a imagem do espelho, não pelo corte feito, que era pequeno demais para alguém dar-lhe algum valor, mas seu estupefato olhar era da frase que sua boca havia proferido; não era homem de dizer vilezas, não era homem de falar mal por pouco, nem por muito havia perdido sua linha; nada disso era o que lhe tinha causado o pavor, a voz que lhe saíra da boca não parecia ser sua, aterrorizado não sabia o que fazer, baixou os olhos para tirá-los do espelho e sussurrou baixinho o seu nome, queria escutar-se.
A confirmação do dia anterior veio na hora em que Bastos pediu os três pães e queria os mais brancos porque estava cansado de pães tostados e com gosto de queimados; sua voz agressivamente pedia ao rapaz do balcão que estranhou o pedido, mas agiu como a fala proferida lhe ordenara. Bastos tentou desculpar-se, porém o que lhe saiu pela boca foi que nunca mais haveria de lhe empurrar pães de quinta categoria. Resolveu não mais dizer nada, haveria de fazer-se calar, pegou o saco, pagou e correu para casa, assustado como se estivesse preso em alguém que não era ele.
Em casa defronte ao espelho mirava-se com estranheza e pavor; “está olhando o quê?”, a frase que ele mesmo dissera, fizera-lhe rir a gargalhada mais histericamente possível, só pensava que estaria louco, não tinha coragem de dar nem mais um pio; passou o dia sentado na beirada da cama numa mudez sobre-humana quando se assustou com o tocar estridente do telefone, correu a pegar o fone, mas titubeou, afastou-se, retornou, atendeu; “ah, é você seu ingrato, não telefona há tempo deve precisar de algo, desembucha logo que tenho mais o que fazer!”.
Como diria o ditado: a boca fala e... ele quem paga; ficou Bastos a ouvir o sinal intermitente da ligação interrompida. Passou sua voz então a praguejar as mais absurdas frases, resmungava,contava, lembrava, cantava, assobiava, discursava, orava, discutia, papeava e dialogava consigo mesmo. “Eu penso, eu opino, digo, juro, minto e menciono”. Estava em um estado absolutamente esfuziante, como se sua garganta, ora dantes travada, tivesse desatarraxado num mar de arquixilemas e arquifonemas.
Se a voz dominara o homem ou se ambos haviam se fundido em um só não é coisa para se pensar nesse momento da narrativa porque nada de filosófico há na mudança e o que se é relevante dizer são os fatos, os fios condutores das ações; o caso é que o senhor Bastos estava mudado e nem mesmo sabia onde tudo isso tinha começado, acostumara-se com a nova maneira que a vida lhe impusera com a mesma brandura que se habituara a barbas; agora era ser que cuspia fogo, deixava marca por onde passasse, rasgava todos os verbos, espantava os bichos, encantava e desencantava.
Bastos era um senhor que vivia sozinho em um pequeno apartamento do centro da cidade de São Paulo. O único filho morava em outro país e falavam-se várias vezes durante o ano. Alguns parentes no interior visitavam sempre o homem, que recebia todos calorosamente em longos papos e risadas madrugada a fora, resgatando sempre o que havia guardado na primeira gaveta da memória: lembranças. Da sua rotina diária, além dos pequenos afazeres de limpeza, manutenção da sua sobrevivência, cozinhar algo, aparar a barba, alimentar os pássaros, sobrava-lhe uma enorme parte do dia para conversar, cantar, aconselhar, jogar conversa fora, discutir...


domingo, 2 de agosto de 2015

sábado, 1 de agosto de 2015

NORMATIVAS

para entender a vida
há que se entender da
gramática
se a oração for condicional
use como resposta
uma adversativa
só assim é possível
justificar as atitudes
que não sabemos
os porquês

sexta-feira, 31 de julho de 2015

MINHA AMIGA ( Para Iraci Barbosa)


Minha amiga
Guardo o café
E a saudade
Para nosso encontro
Antes de almas
Do que das carnes.
Nele, falaremos
Das periferias
Da vida, pois dos
Nossos fardos
Não será a hora
Nem o lugar.
Já que em nosso
Reencontro
Brindaremos, e
Apenas iremos
Rir, das costuras
De nossas vidas,
Dos retalhos dos
Nossos sonhos.
Cara amiga...
Guardo a saudade
E espero você com

O café no fogo!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

VALSINHA

Em outra época era sua
pena que não sabíamos
e a lembrança fez-se no
hoje, qual não mais nos
pertencemos.

E quando nos vemos no
agora, sem saber o quê,
a sensação de querer a
amorosidade ora ontem,
é primazia.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

A CULPA É DA ESTRELA!

O que me confere o direito de falar e escrever sobre futebol é só um: adoro. Para falar sobre algo é preciso antes de tudo gostar. Gosto e assisto todo e qualquer jogo de futebol. Quando criança assistia Desafio ao Galo, em campo de terra, bem melhor que hoje, os caras ralavam a camisa. Então, se eu entendo de futebol? Talvez. Não há muitos pressupostos para esse tema, há antes a história, essa eu sei de alguma coisa, mas sobretudo há em mim desejo de escrever. Depois de tantos vexames da nossa seleção de futebol não consigo ficar calada. Fico bem quieta quando meu time perde, e também fico calada quando ganha porque sei o que é ter paixão por um time. Entretanto quando vejo o que se tornou nossa seleção brasileira de futebol fico engasgada. De quem é a culpa? Da estrela? Também é. Quem viu o garoto na escolinha de base do Santos e quem o vê hoje, sabe que já não são a mesma pessoa. Porém, minha tese é: Cadê o meio de campo? Não há mais meios-campistas. Onde estão Didi, Falcão, Rivaldo, e até porque não dizer do Platini e Bobby Charlton, e devo ter esquecido de outros, mas esses são mais relevantes para mim.  Consideradas estrelas de grandeza menor, os meio-campistas são o que eu chamo d'alma do time, são eles os responsáveis pela ligação defesa-ataque, sem eles acontece o que temos visto no futebol atual do Brasil, nenhuma conversa. Zagueiros achando que são atacantes, goleiros tendo que fazer gol, e centro-avante achando que é a estrela de grandeza maior responsável por toda uma nação. Infelizmente uma tragédia!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

PRIMEIRO

Vi e olhei
não olhei
falhei
a arte do primeiro encontro
é um erro
que traz no desassossego
o engano
gosto do que
não conheço, amanheço
em dúvidas
permaneço...

quinta-feira, 11 de junho de 2015

EU SEI E VOCÊ, SABE?

Eu bem sei que nada é fácil
e que lá dentro cabem todas
as angústias do mundo e ainda
todo o cansaço da vida e do dia e da noite
e sei também que há para sempre
uma frase adversativa que diz
mas...
Eu sei que você está lendo e
certamente enquanto lê, lembra
de tudo e todas as coisas que agora
enchem seus pensamentos de outro
tanto de cansaços e dúvidas e afins, do dia e noite
e sei que eu e você, estamos assim
no meio-fim de nossas vidas
porém...
Eu sei e você, sabe?
Que há alguém ali, ou aqui, ou aí
que lhe sorri, lhe afaga, lhe sente, sim
e inafiançáveis lembram e lhe tocam o rosto
e lhe fecham num abraço doce e arrastado, do dia e da noite
porque há nelas entretanto amor?

sexta-feira, 29 de maio de 2015

quarta-feira, 13 de maio de 2015

O TÉDIO E O ASSÉDIO

O assédio perguntou
ao tédio: o que vai ser hoje?

E depois de tanta esparrela
o tédio, sem muita hora
respondeu: tem remédio para tramela?

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O JARDIM DE GILDA


A mulher cavouca a terra, já adubada pelo melhor resto de coisas que há, com as mãos e unhas que agora já trazem a escuridão fértil, impregnadas. Nesse mesmo instante ela conversa com as pequeninas rosas coloridas que demoravam a nascer, perguntando às mesmas se não tinham inveja das roseiras já adultas. Nisso tudo reside um bocado de poesia, porque em Gilda e em seu jardim cabem muito mais que flores e frutos. Nisso existe uma bondade absurda, porque em suas verdes e doces esperanças, há em Gilda o toque do sonho e da simplicidade de se viver. Entre outra olhada, as orquídeas lhe sorriem abertas e reluzentes. Na briga com a jabuticabeira que carecia de poda em uns dos galhos, a mulher explica para árvore que há de se cortar para crescer, ela sabe bem que a próxima florada será intensa, antes dos frutos negros dependurados no tronco adocicarem sua alma. O jardim de Gilda guarda muito mais que beleza, guarda, ela mesma.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

ECLIPSE

Do Sol
esperava-se
apenas que
nascesse
ademais
do galo
que cantasse
nem um
nem outro
veio a despontar
e o cabloco
duvidou
da existência
de Deus:"mundo tá perdido"
mal sabia ele
da faceta
do dia
que acabava
em noite
e que encobria
o que lá
de cima Deus
sorridente
escondia

domingo, 26 de abril de 2015

HÁ QUE SE


                 Há que se ter coragem. Eu não tenho. Não arrisco, não ouso, tampouco petisco. Sou amante da seguridade, da estabilidade. Dureza ser assim, pois há mais caráter nisso que a própria definição de caráter. Na dúvida não falo, na incerteza não opino, o que sai de mim é porque tem o certo ar de verdade, pode até ser uma mentira, mas o que se sente há de ser verdadeiro em nós. E se a coragem eu tivesse, não saberia usá-la, porque assim como o pássaro hesita em sair da gaiola, assim eu não transito no abismo, nem quero vislumbrar o céu aberto. Há que se ter medo. Eu tenho. Todos. Variados e até obcecados. Das sensações, das vontades e dos desejos, porque há em mim tantos e tantas que tenho o tal medo de senti-los, nem em pensar é permitido. Há que se ter dúvida. Talvez. Tenho ora sim ora não. Quando sim é insegurança, quando não é instinto. E se no instinto cabe um pouco de coragem, isso eu não sei o porquê, na dúvida... me calo.

sábado, 25 de abril de 2015

A DELICADEZA DO AMOR

O amor é tão estranho
é infante, desatino
impossível de se ver
quando o queremos ser

O amor é passo doble
é junto, em melodia
solitário em se sentir
quando não podemos ter

O amor é calmaria
é a passagem, dia a dia
personagem em fantasia
quando o faz sofrer

O amor é delicado
é multifacetado por
desejos, retratos dos
amantes eternizados.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

AO AMIGO

som sim meu
amigo sorri
só poesia
sou sim minha
amiga
sempre sombra
caminha
cartinha
parceria
som sim meu
amigo sibila
só cantoria
sombra minha
alegria
sou sim sua
ladainha
sempre sombra
confraria
amigo meu
sintonia
som sim meu
amigo sorri

quinta-feira, 16 de abril de 2015

SEI-QUE-LÁ II (PARA GUILHERME SANTOS)

SE PELA LÍNGUA
HÁ DESPREZO
SABES USÁ-LA
COM AFINCO

NÃO ACEITA
TANTAS NORMAS
ASSIM TANTO NÃO
LHE CONVENCE

SIM GRAMÁTICA
QUE A REPUDIA
QUAL A LUZ DA
IDIOSSINCRASIA

MAS TENTOU A
TAL REBELIA
FAZER USO DA
SUA POESIA?

sexta-feira, 27 de março de 2015

NIEBLA

E assim a vida passa ao lado e se assiste como um enredo triste e sem graça; das personagens nada se tira de bom, porque são todas planas e secundárias e seguem seus scripts cotidianos, porque nada pode ser mudado nesse roteiro. Cada um tem o seu a ser cumprido.
E assim a história vai, nem romance, nem ficção, tem um pouco de realismo, não fantástico, não nos prestamos às fantasias, seguimos o rumo determinado até o fim. Não esperamos que nada mude porque é difícil alterar a ordem das coisas. Falta interpretação, falta doçura, sentimento e compaixão. Não se deve apenas deixar vomitar as falas, em longos monólogos, chatos e tão melancólicos. Na cena a moça tenta mudar a fala, coitada, as personagens não respondem, os diálogos ficam desconexos, ela sorri e percebe que não se pode mudar o destino programado, é proibido tentar ser algo além de personagem. E assim a vida passa...

quinta-feira, 5 de março de 2015

IRMANDADE


Mote: “Pergunte sempre a cada ideia: a quem serves?” (Brecht)

 

Serve ao mundo sua

ideia da transformação

a cada ato um cordato

nunca é consolidado

qual é o nome do sujeito?

ensaia a própria existência,

nesse mundo de mercado

espécie de confraria, uma comédia

seu trabalho, estamparia

da forma, da estética, dos bons tratos

são várias as visões e poucos os equívocos

colecionados, desgrenhados no tempo em que a história para, para ver...

qual é o nome do sujeito?

ele serve ao mundo

que se há de fazer

ele é o mundo improvisado

apaixonado

de certezas, de poesia, da ideia

ele é o sujeito!

 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

REFRAÇÃO

Ei! Faltou um pouco de humanidade em você hoje?
E essa resposta atravessada que deu, ou ainda, o seu mau humor com essa pessoa ou com aquela, tanto faz, se resumem no fato de que você está cansado, arrrasado, chateado, de saco cheio mesmo e que portanto tudo se justifica na simples razão de que é humano.
Ah! Há que se perdoar toda a ação humana, porque nela reside a tal da humanidade, pois se nos falta tudo que deveria compor o ser humano, é porque estamos insanos, e animais somos naquele momento da irracionalidade, justificadíssimas, pelo mero fato de que humanoides seremos um dia.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

HISTORIETA

-Como vai resolver isso?
-Sei não.
-Responde à altura.
-Não é assim, não posso.
-Por quê?
-Hierarquia.
-Dane-se.
-Não é bem assim.
-Bunda-mole.
-Ah! Se fosse com você, bem sei como seria.
-Respondo na lata, comigo não tem tempo-quente.
-Estou vendo. Deixa que eu resolvo do meu jeito.
-Está bem, não está mais aqui quem falou... só acho que esse papo de hierarquia é muito furado... temos que responder ali na hora, que é para todos verem que temos atitudes, que não somos covardes... hierarquia o escambau...bando de babacas...pô...estratos sociais, isso tudo é uma palhaçada, cadê a igualdade, pô...isso cansa...nossa!!! isso dá uma revolta só..........

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

NADINE

Olho verde brilha
me olha e pulsa a
verdade, saudade
que verve a sós
a sorte de ver-te
palavra em verso
sentida no gesto
que teme saltar
imaturo desejo
verdugo captar o
olho da arte que
julgo cá em nós.

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!