sábado, 31 de agosto de 2019

ERÁMOS


Quando olho para o rosto

Desses e dessas vejo um

Tanto de esperança e

Também demasiada

Confusão e incerteza

Esperança não é sinônimo

De felicidade, mas de

Empréstimo do ser feliz

E olho para todos eles e

Elas e aqueles olhos que

Não me veem de fato

Estão na espreita da tal

Alegria constante porque

Não se sabe ainda se o

Que está por vir virá em

Forma certa de plenitude

Há só neles e nelas aquele

Ar de esperar, ainda leve,

Ar da jovem cara que não

Carrega peso total, ainda,

E vejo em seus e suas almas

Aquilo que já em mim se perdeu.






Poema da Carol


Um cheiro de mar batia

No rosto da menina

De um lado, só vastidão

Do outro, um recife de corais

Impunham à cena o tom

Bucólico do dia belo

Ensimesmada, Carol

Olhava para si mesma

Havia crescido e aquela

Praia parecia menor que dantes

Era uma mulher, e agora

Sabia mais que tudo

Quem era aquela pessoa

E os tantos sonhos de uma

Velha criança que habitavam

O coração dela de poesia

Ainda se mantinham ali

E o que queria essa pessoa?

O arrecife vermelho recebe

O forte mar salgado

Em sua mão a concha colorida

E perolada gira, segura

A menina de ontem ainda cabe

Na mulher de hoje, ambas residem

No extenso coral vermelho.






quinta-feira, 29 de agosto de 2019

POR INSPIRAÇÃO


Nesses tempos insólitos

Precisamos de abrigo

Necessitamos de amigos

Que nos guiem em paz

Vamos dar as mãos

Não se perca de mim

Não se perca de nós

Sigamos na contramão

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

HAICAI DA SAUDADE


No vão da alma

Residem os velhos

Fragmentos da infância

Feliz dia aos pais que:


São pais de verdade

Que não batem nas mães

Que são mães de verdade

Que não agridem seus filhos

Filhos de verdade ou não:

Filhos do coração.



Feliz dia aos pais que:



São pais de verdade

Que dão apoio e educam

Que não julgam seus filhos:

Pelo que são.



Feliz dia aos pais que:

Não abusaram de seus filhos

Que lhe deram auxílio

E bocado de carinho.



Mas feliz dia mesmo...

Para os pais de verdade

Para as mães que são: pais

Na realidade.


CRÔNICA DA TEORIA


Tenho uma teoria. E as teorias não servem para absolutamente nada, enquanto teorias, portanto, caro leitor leia essa crônica como desejar.

Tenho uma teoria sobre as relações pessoais via redes sociais. E quando mencionado tal conhecimento especulativo para uma pessoa, em conversa informal, fui duramente refutada; mas, exponho aqui, porque é preciso dizer ás coisas que temos vontade.

Minha teoria bastarda diz que se é possível conhecer as pessoas por àquilo que postam em suas redes sociais virtuais. Quando analiso as postagens sei exatamente se aquela pessoa está triste, se está carecendo de atenção, se está apenas querendo aparecer, se quer se firmar no tempo, se sumiu, porque não posta nada, se deseja adular, conquistar terreno, ser agressiva, engraçada apenas, melancólica...

Segundo minhas regras, parcamente sistematizadas, segundo a minha ótica, consigo decifrar como as pessoas são e mais, como estão no momento.

Teorias são apenas isso, e essa é só mais uma. Enquanto não vira nada, vou usando minha percepção dos fatos verificáveis, ora para entender mais meus conhecidos e amigos, ora para nada mesmo, apenas para pensar.

DESFOLHADO



Em tempos

Sombrios

O céu turva

Para avisar

Que a névoa

Cega

Os pobres

Mortais

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!