sábado, 30 de junho de 2012

Nota

Aos leitores informo que o conto Obsessão está publicado. Aproveitem também para ler postagens antigas e os livros virtuais.

Boas férias...elas existem!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

RECESSO

              Assim como em Repartições Pùblicas esse Blog ficará suspenso por quinze dias, motivo de forças maiores, para descanso da mente e corpo da escritora. Para que nosso vínculo não se rompa, já que um escritor não vive sem os leitores, republicarei alguns textos antigos, na intenção de "recordar é viver"...
Até breve
Marili

quarta-feira, 27 de junho de 2012

PARÁFRASE GROTESCA DE QUINTANA

Da contravenção

Se te ridicularizam e magoam-te...ri.
Pois nada escuta, em verdades.
Tua poesia é que veio, por si,
Ao outro lado da Maldade...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Acessórios II ( Paráfrase de mim)


Ontem havia guardado meu sorriso de lado, tirei o resto da gentileza que tinha restado no meu rosto. Limpei todos os gestos de bondade e me vi assim, tal qual o animal se vê diante da presa. Quero agradecer a todos por mais esse dia,  quero dizer obrigada e  bom-dia; ironicamente ditos; quero apenas trancar em mim o desprezo e despir de mim qualquer sutileza que me tornem mais humana. Quero não precisar olhar com olhos de doçura ou desejo; quero não mencionar as palavras de gentilezas ou desculpas. Vou assumir toda culpa. Olho para o descamisado sem dentes, para o faminto, para a meretriz doente, para a criança abusada da mesma maneira que olho para o resto dos seres, que agora deitados contemplam o Sol, as belezuras e alegrias. Eu me incluo neles, tenho todos em mim! O meu lado desumano se descarta dos acessórios da ética, da poesia, da delicadeza, da humildade, bom senso e convertem para o verdadeiro ser fabricado e produzido, no meu íntimo e só.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

quarta-feira, 20 de junho de 2012

CENSURADO (Proibido para menores de...)


Uma sombra paira em mim.

É o serviço de Censura e Diversões Públicas ou será DOI-Codi ou mesmo CGI, não importa, sinto-me assim Censurada. Como se não pudesse falar, gritar, dizer; como se ouvissem o que digo e penso com imensa cara feia, com o pau pronto a acertar toda minha imoralidade.

Que liberdade poética que nada, sua vadia!

Tenho feito umas prévias antes de escrever, falar; e não é pensar; é selecionar meu pensamento, engoli-lo seco, já que minha voz está sob pena de sofrer punição de algo ou de alguém.

Chega de Golpes. Quero a pena livre, solta, a língua também.

Vou falar, vou cuspir toda minha imoral, tonta e tortura escritura.


terça-feira, 19 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

VIDA ( Para minha grande amiga Diva)


É pura alegria

Essa mulher

De magia.

     Tinha pensado em escrever um poema para essa grande amiga, irmã e parceira. Achei que o versinho era fraco e surdo para mensurar o que sinto por ela. Saiu isso aqui, mistura de mini-crônica-poética, tentativa de Gênero em vão, porque Diva não cabe em literatura, está muito acima de qualquer verso ou prosa, é ser iluminado.

     Alma de muitas almas, da arte de fazer feliz; quem está ao seu lado está sempre alegre e rindo, porque para a Diva a vida é sempre multicolorida, linda, para ser vivida; tem um pacto direto com todos os Anjos e guarda a todos sem distinção.

     Em minha vida é ser essencial e único. Almas cruzadas as nossas de muitas outras vidas, fomos, somos e seremos amigas eternas...

Essa mulher

Quanta vida

É pura magia

Minha doce

E amada amiga!


sábado, 16 de junho de 2012

TRILOGIA GREGA


Ao semideus

Para um homem semi
Homem Deus
Resta o Deus
sobra o semi.
Para uma Helena
Ariadne, Semele
Só o semi não basta
Há de vir um Deus
Que abra a concha
E faça surgir
à pérola.



Acordes


Acorda a Acrópole desnuda
Helena, acorda, acordes.
Há música e máscaras
O tempo chamou Lena.

Acorda, acordes, o par
O fio entrededos, desata
Helena, desnuda, a pérola
Cai entreventre Cronos.

O tempo chamou Lena
Há música, meu amor;
Vai-e-vem, balbucia
teu nome, cai a máscara.

Acorda, acordes, o semivéu
semiamor, o tempo sussurrou
Lena, anda, ata, nua, sua
Cai à pérola, a música há.

O tempo chamou... Vem.
Acordes, agora, nada
Há a máscara, pega, ata
a Pérola Helena.






Heras

Heras...
Que Tebas?
Qual Acrópole?
Que Semele desenganada
Coroa Helena de heras.

Bacantes embriagadas
Curvam-se, imundas
Inertes roubam as heras
as pérolas e as castas.

Que Semele enganada
Dera as Helenas, pétalas
As tebas arqueadas, guiam
Baco surdo até elas.

Que tempo?
Heras
Cronos perturbador
Traz um embrechado
E contempla, calado
O ventre de Helena.
Que Semele
Que Tebas
Que nada.
Helena acordou!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

CRÔNICA DE UM PARÁGRAFO SÓ


É necessário driblar tudo isso, pensar várias vezes para quê dizer toda a verdade. A verdade serve para magoar, a mentira nesse sentido é mais justa e honesta. Quando mentimos ou eufemisticamente falando omitimos, todo mundo é mais feliz. Verdade. Pense bem e não diga tudo isso que você queria dizer. Não acontece nada se deixamos de dizer ou emitir o que pensamos, o que sentimos, o que achamos, não sabemos se isso é verdade; “cada um com sua verdade”, alguém me disse um dia isso. Ou cada um com sua omissão. Ou todo mundo com suas mentiras. Pelo menos nada acontece, a mentira é a pura inércia, e a omissão é próprio vácuo. Juro que é verdade!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

QUADRINHA SUTIL

No olho esquerdo que piscava

Via-se o convite para o luar

A moça atônita disfarçava

Rapaz mudo pôs-se a coçar!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

CATAMARÃ ( Para Simone, Everaldo e filhos)


A brisa matinal

Recolhe o cheiro

Dos arrecifes...

Da costa saúdo

Os amigos junto

Aos escolhos e

O casco eleva

A gota salgada

Aos olhos, que

Choram com

Doces saudades.

domingo, 10 de junho de 2012

SEMPRE GABRIELA


QUEM TEM UMA

GABRIELA ASSIM

ETERNAMENTE

SABE, DE TODAS

SÓ EXISTE UMA

ÚNICA E SOMENTE

ELA DOCE MINHA

SEMPRE GABRIELA.

terça-feira, 5 de junho de 2012

POR OPOSIÇÃO


Cair e levantar

Amar e odiar

Verdejar e amarelar

Beijar e morder

Respirar e assoprar

Conhecer e ignorar

Defender e atacar

Falar e ouvir

Economizar e gastar

Refutar e mentir

Sonhar e sonhar e sonhar

Poetizar e poetizar e poetizar.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

CRÔNICA DO INSTANTE


Estava eu esperando na rua, por algo que não vem ao caso, sentada em uma muretinha, fumando tranquilamente um cigarro, quando me deparei com esta cena dantesca. Quero exagerar mesmo na descrição porque fiquei transtornada.

Olhei para esquerda e vi um senhor muito velho, (os cabelos muito brancos denunciavam a suposta idade), sentado na guia da calçada, eu disse sentado, com um saco branco nas mãos.

Meu olho míope não conseguia focar tão nitidamente a imagem, mas como fiquei curiosa, passei a fixar o olhar naquilo que ele fazia. Tinha uma bermuda bege no corpo e uma daquelas malhas que só velhinhos usam carregadas de listras e cores berrantes.

Pois bem, o saco indefinido até então, era nada menos que um saco de aspirador. O senhor ia descaradamente, tirando toda a sujeira e jogando no bueiro. Sim, no bueiro. Depois de cumprida a tarefa suja, levantou; nem ao menos olhou para os lados, atravessou a rua e fim.

Não acreditei; acho que fiquei assim mais trastornada, porque não fiz nada, o instante me passou, nem dei um grito daqueles: “E aí seu porco!”, não fiz nada. A única coisa que deu para fazer eu fiz, escrever essa crônica, pelo menos pensamos...

domingo, 3 de junho de 2012

FIGURANTE


“Quer ficar assim a vida toda sem fala?

Ficar decorando as falas dos outros?

Encosta ali no cantinho, por favor, e não fala nada, tenta fazer um rosto inexpressivo, pode ser?

Você, aí, por gentileza, tenta não se mexer, fique bem parado, olhe para baixo, não quero que apareça muito!

Vai levantar daí e passar a ser personagem, real, com suas próprias ações, carregadas de sentimentos e interpretações.

Vem, quero vê-lo como protagonista, resolvendo seus dramas e conflitos, encenando sua própria história, mesmo que o enredo seja banal e comum, ele é seu.

Gravando!”

sábado, 2 de junho de 2012

MILISEGUNDO III

            Lá vem o temporal, que certamente sei passa com o tempo, mas bem que podia não ser tão atemporal...
            Prefiro mesmo sempre as boas grandes temporadas, mesmo que durem segundos, pelo menos dão tempero para nossa vida!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

QUINHÃO


Visita ao Centro de São Paulo. Hoje. Catedral da Sé, linda, exuberante, mas não serve para nada.
Ao redor, os desgraçados, mutilados, os sem-chance-de-merda-alguma, os famintos, os descamisados.
Olhei.
Olhamos.
Acendi um cigarro.
Acendeu o cachimbo.
A policía pass(e)ava por todos os lados, os caras olhavam o vazio, naquele passo a passo peculiar da lei. Qual?
Baforei, baforamos.
E ali deitado, junto ao pé de uma árvore, ali mesmo, perto do marco zero da nossa cidade, defronte a catedral da fé, o homem fedido, dividia a coberta com seu cão, enrolados em um só. Amor. Tem.
Senti. Sentimos.
Na volta, o molequinho sem-porra-nenhuma-de-sorte, enfrentava o destino, desprevenido, coitado, sem nehuma, mas nenhuma chance de ser feliz!
Restava-me escrever.
Escrevi.

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!