Há muito tempo atrás, em uma pequena aldeia
viviam três amigos físicos. Eram conhecidos por todos como: Os Físicos. Tinham
o respeito de todos da aldeia por resolverem sempre todas as questões físicas,
metafísicas, telúricas e inexplicáveis que apareciam por lá.
Em certa ocasião, um sábio mágico propôs que
os três amigos resolvessem um grande enigma, tal qual o da esfinge,
indissolúvel e fundamental: “Por que dois raios não caem no mesmo lugar?” “E
gritou: Valendo!”
Munidos do grande paradigma correram na busca
da verdade absoluta e munidos também de diversos equipamentos para pesquisas,
testes e amostragens, como pistolas de elásticos, diapasões, bolas de lã
eletrizadas, ratinhos explosivos, tiras imensas de papéis de balas, clips
(improvisados), pedaços de fita crepe (3M) e uma borracha-dado para um possível
sorteio, os amigos partiram para a empreitada.
Resolveram, então, que o cerne da “questã”
seria unir os esforços e a mente dos três e proferir um único veredito. Depois
de confabularem por horas e horas a fio, lançaram mão de um relatório detalhado
e profundo. A saber:
1) Quanticamente
falando, o mesmo lugar está envolvido por certa incerteza, e, portanto,
estaticamente possível.
2) Segundo a gravitação
um raio não cai, vai de encontro ao outro corpo.
3) Pela dinâmica, o
lugar pode cair no raio, duas vezes, como se sabe.
4) Um mago não deve
apontar sua varinha para os mesmos físicos duas vezes.
Os Físicos apresentaram em praça pública a
leitura da resolução do enigma diante de uma plateia estupefata. O mágico,
então, meteu sua varinha no saco e partiu. Nunca mais ninguém ouviu falar dele
e os amigos puderam dormir em paz.