sábado, 25 de janeiro de 2020

BEIJO


Não desiste de sorrir
parasi
paramim



DESISTÊNCIAS




HÁ QUE SE TER ESTÍMULO
HÁ QUE TE SER ESTÍMULO...

Abraço


Eu sei que você está assim
Eu já estive também
Uma confusão de tristezas
Sabe lá vindas de onde?
E é tão incerto e inseguro
Eu sei bem e você sabe também
Que o vazio é enorme e que
Se finge bem estar e sorrisos
E o choro baixinho é solitário
E necessário
Como é necessário!
Eu sei
Eu já
Mas estar aqui com
Você agora, nesse verso
Estou nesse verso contigo
Olha para cá e sorri de verdade
Como se esse verso
Fosse nosso
E a poesia coubesse em nós
Como o acalanto
De que eu preciso
De que você precisa
De que nós precisamos
Posso te abraçar agora?




CICUTA SOCIAL


Nessa catarse coletiva
O idiota ganha espaço
Com discurso moralista
E graxa nos sapatos
Ajeita o colar branco
Ganha cenário de caos
Sustenta a ignorância
Mas acumula o capital
Em plena era tecnológica
A ciência é um mal
A educação é balbúrdia
E a arte é coisa banal
O idiota ganha espaço
Com discurso monopolista
Ajeita pistola no coldre
Defende chacina e boçal
Mas faz render vil metal
Em era mega espacial
A ciência é cabeça plana
Por filósofo de quintal
Educação é unilateral
E arte, a arte é ...
A camuflagem do poeta,
Do mendigo, da mulher,
Do desvalido, do preto,
Do caído, da criança,
Daquele ser oprimido
Que quer se esconder
Daquilo escondido
A tal cicuta social.

PROFESSUSOFREDUROS


Aquele que se dedica
Que afirma em público
Que declara perante todos
O quanto é burro
A gente finge que ensina
A gente finge que aprende
Nessa toada despenca tudo


ANTELÓQUIO ALEGRE


Das promessas havemos de
Cumpri-las tarde ou nunca e
Assim dessa forma, cumpro
Pensando que...
Escrever sobre alegria não
É fácil, porque sempre vejo
Beleza na tristeza
Mas tento e cumpro
Sob a pena do jugo
VAI TORTO...

Poemeto alegre


Nessa manhã passageira
Como todas as manhãs
que se vão em paz
O pássaro me olha
com fome

Descasco nossa nanica
e
Como metade
e
Deito a outra

No pé de terra da nossa jabuticabeira
Alegria é ter
Alguém que te olha
Como todos os dias
Numa manhã passageira



PAREI DE FUMAR


PAREI DE...
Sim! Parei de fumar. Faz uns meses, mas em definitivo, sei que já consegui. Não foi fácil, mas também não impossível. Como todo vício, quis arrebentar umas pessoas, xingar outras, comer como uma “peppa” e mascar como vaca, e também arranjar outro vício no lugar.
Dito isso, penso que o tema não é panfletário do tipo: Pare de fumar, de beber; longe disso, aliás, não gosto muito desse discurso “do você é capaz” já que eu fui; quem sou eu para virar palestrante motivacional, longe disso novamente, cada pessoa sabe da sua própria dor, o que motiva à escrita é o parar de...
Ninguém para de. Nós trocamos ou deixamos de. Você deixa de correr, de mentir, de roer as unhas, de ler, de estudar, de falar mal dos outros, de ser mau caráter, deixa de tudo isso ou não deixa. Você não para de. Parar de é muito eterno, coisa da morte mesmo, você para de vez.
Deixei de fumar, isso! Deixei porque já estava na hora mesmo, mas confesso que há dias que tenho vontade de colocar um cigarro de cada lado da boca. Deixei como deixei de jogar e treinar, de fazer teatro, de gostar e admirar, de ter vontade de andar de montanha russa, de mergulhar em alto mar, como tantas outras coisas que deixei de fazer, porque a vida nos leva para novos rumos e novas traçadas.
Sempre vou gostar do cigarro, das boas baforadas, do cheiro que para muitos ruins, da companhia dele em mim, mas assim como se deixa de amar, de sonhar, de sentir, de ver, beber, comer, sorrir, deixo de...
Que venha o ignoto.


POEMA DO SORRISO

Um pássaro coloca
Palha no ninho e
Aconchega-se
Para a chegada

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!