PAREI DE...
Sim! Parei de fumar. Faz uns
meses, mas em definitivo, sei que já consegui. Não foi fácil, mas também não
impossível. Como todo vício, quis arrebentar umas pessoas, xingar outras, comer
como uma “peppa” e mascar como vaca, e também arranjar outro vício no lugar.
Dito isso, penso que o tema
não é panfletário do tipo: Pare de fumar, de beber; longe disso, aliás, não
gosto muito desse discurso “do você é capaz” já que eu fui; quem sou eu para
virar palestrante motivacional, longe disso novamente, cada pessoa sabe da sua
própria dor, o que motiva à escrita é o parar de...
Ninguém para de. Nós
trocamos ou deixamos de. Você deixa de correr, de mentir, de roer as unhas, de
ler, de estudar, de falar mal dos outros, de ser mau caráter, deixa de tudo
isso ou não deixa. Você não para de. Parar de é muito eterno, coisa da morte
mesmo, você para de vez.
Deixei de fumar, isso!
Deixei porque já estava na hora mesmo, mas confesso que há dias que tenho
vontade de colocar um cigarro de cada lado da boca. Deixei como deixei de jogar
e treinar, de fazer teatro, de gostar e admirar, de ter vontade de andar de
montanha russa, de mergulhar em alto mar, como tantas outras coisas que deixei
de fazer, porque a vida nos leva para novos rumos e novas traçadas.
Sempre vou gostar do
cigarro, das boas baforadas, do cheiro que para muitos ruins, da companhia dele
em mim, mas assim como se deixa de amar, de sonhar, de sentir, de ver, beber,
comer, sorrir, deixo de...
Que venha o ignoto.