segunda-feira, 28 de novembro de 2011

De/Para: Marili Para/De: Leandro Henrique


O REVÉS SIMPÁTICO



Sim.

Por que sim?

Porque você é um amor!

Quem disse?

Nós.

Será?

Sim...

Tem certeza...

Tenho.



Vês? Não é mais proveitoso a unha ficar por fazer... A poesia não, ou sim.



No fim tudo acaba como começou?!



Não.

Porque não?

Porque você é um merda!

Quem disse?

Quem não disse?

Não sei...

Não?

Não.

Viu?

Não.

Vê? Às vezes o lapidar-se ou tingir as unhas é tão mais proveitoso...

sábado, 26 de novembro de 2011

Metáfora do amigo


O amigo é como vento

Vem forte e vem brisa

Bate no rosto vai volta

Alísios de repente ou

Para serem mais exatos

Minuanos...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sáfaro


Um olhar descuidado...



Pela campina ainda

Verde de esperança

O Ipê tentava brotar

Mas não pertencia

Aquele lugar estranho

E insistia em crescer

A folhinha rude e torta

Amarelada de medo

Não queria sair e só

Olhava ao redor; Sol



Que brilha e queima

O campo-santo inerte

Rasteiro sem um rio

A campina é longa e

Ipê quer sonhar e já

Nem se aguenta e dói

De pensar que um-lá

Passarinho meio sem

Graça e jeito trouxe a

Semente pelo ar; Sol






Um olhar desgarrado...

sábado, 19 de novembro de 2011

No andaime


“Se aquela mina tá pensando que eu dou mole vai ver só me passa aquela lixa veja se a tinta está dissolvida para render eu vou pera aí mas o que ela te fez foi ao baile lá na comunidade sozinha e eu no trampo de final de semana o Jota B ficou sabendo que ela foi com umas amigas e só marcou presença mas mesmo assim lixa aqui em baixo e vamos cobrir com argamassa aquele canto pega a broxa mas se só marcou a ida pega nada não sei lá aparece sozinha os caras acham que eu num tô mais pegando e aí aguenta a zoação cata o nível e vê se a marcação que nós fizemos tá no nível bota mais água na tinta para render cheio de problema e a mina indo sozinha duas prestação do celular atrasada e a mina na balada cara tipo esquece isso mano e vamos acabar essa parede botei dois quartos de água a mais na tinta pô cara era um terço vai ficar mingau não vai cobrir o cimento mexe mexe joga cal e vamos acabar com isso...”

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

POEMINHA ESCANDALOSAMENTE LINDO


Vice-versa



Minha mãe é tão bonita

É linda de morrer

Só que ela faz uma coisa

Difícil de se ver

Ela ama ler revista

De trás para frente

Mesmo assim eu a amo

E tenho orgulho pode crer!


GUILHERME SANTOS GABRIEL em 17/11/2011. 
 Adendo: No original: fais, dificio, traz, palavras que a mãe corrigiu chorando...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

UMA SEMANA DEPOIS


Acordei e me vi feita à mão

Um rascunho, apenas, ali

Desenhado e redesenhado

Em múltiplos esboços de ser

Nem penso mais no existir

As linhas não se juntam

Não formam mais corpo

Sobram apenas as finas

Linhas d’alma, fraquinhas

Rabiscadas no desenho

Triste, apagado e sem cor

Uma fumaça cinza esfumaça

O excerto do meu eu...




quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SENSABOR


O mel caiu

Na boca amarga

Insistiu em dar

Gosto e forma

À língua; escorregou

Goela abaixo

Insipidamente frágil

Assustado e sumiu...


domingo, 6 de novembro de 2011

MELANCOLIA II


Com os pés calçados

Subi a colina íngreme

Arregaçava o vestido

E caminhava sem parar

Olhava a curva do céu

Queria tocá-la e acelerei

O passo, na tristeza sempre

Há cansaço e cada angústia

Que disfarço, se acomoda

Feito um pássaro que no

Ninho, em descompasso

Esconde a cria no regaço

Para ninguém poder ver

...

No fim da colina

Há sempre um pássaro.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO OU FALTA DE....


Ao assistir uma das entrevistas do programa Roda Viva da televisão Cultura, fiquei muito indignada com a postura do nosso Ministro da Educação em não responder efetivamente nenhuma das perguntas feitas sobre esse tema tão importante e fundamental. Como se isso não bastasse, já que é de praxe o uso das evasivas e que o melhor que os nossos políticos têm é o domínio espetacular da Retórica, o que fiquei mais BRAVA, foi com uma das perguntas feitas pela ilustríssima senhora irmã do saudoso Airton Senna.

Viviane Senna creio que é esse o nome perguntou que tipo de PUNIÇÃO deveria ser tomada às escolas, gestores e professores que não conseguissem atingir as Metas estipuladas pelos Indicadores do tipo Saresp, Idesp, Prova Brasil e afins. Fiquei tão “passada” que não prestei atenção na resposta do Ministro, o que importa é que pensei que uma pessoa dessas não faz sequer ideia do que seja Educação.

Depois de respirar e me acalmar diante de tal disparate, pensei que essa mulher nunca esteve em uma sala de aula, nunca trabalhou com salas superlotadas, sem material adequado, jamais teve que auxiliar um aluno que não aprendia por fome ou porque apanhava todo dia ou ainda, porque acordava ás cinco da madrugada para ir para escola. Não ganha dois salários mínimos em média por mês, não precisa dar aulas em dois ou três períodos além de trabalhar em casa; não é desvalorizada profissionalmente e todas as metas que têm que cumprir se relacionam com faturamentos financeiros e não com pessoas, gente.

Comecem com formação adequada aos futuros loucos Professores, mudem a grade curricular das Universidades, atribua salário digno, melhore as Bibliotecas (Livros de presente aos alunos, não resolvem o problema) e distribua material didático de qualidade, sem “erros” ou aberrações e por aí vai... Depois que tudo isso acontecer de fato no Brasil, aí sim poderemos falar em cumprir algo. Porque enquanto a Educação for voltada para o cumprimento de metas, dados, indicadores, números e provinhas, jamais formaremos todas essas pessoas com veracidade.

Para essa senhora só resta dizer que as punições já são tantas que ela ainda não percebeu!

VOOOLTTAAA AIRTON SENNA!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

CRÔNICA DO meio POR CENTO


Noventa por cento das “cagadas” humanas são por conta da burrice ou da insegurança. A primeira deve-se a um estado doentio do ser, cuja cura é impossível, é o câncer da mente. A segunda, essa sim, é digna de estudo e observação, possui estágios patológicos, assume relações mercadológicas, estéticas, pueris, enfim...

A maldita associada à carência então, nem se fala, é digna de palhaçadas, entregas estúpidas, ostracismos, exageros; assumindo um antagonismo na alma humana que requer um estudo mais detalhado, do qual nenhum acadêmico consegue decifrar. Ela salga a comida, interrompe o namoro, suspende a pena ou branqueia o papel, atrapalha o trânsito, condena os inocentes e absolve os choldras, esconde os poetas e mentirosos, aniquila o corpo, aumenta os seios, alisa cabelos, estraga amizades, provoca os abortos, suspende o chofre.

A perversa aliada à raiva é cruel, desencadeia ódio, fortalece os estragos físicos e emocionais, liberta a maldade e a loucura dos homens. A incompreensível insegurança, somada à personalidade permite que as pessoas convivam com este bem e/ou mal em escalas variáveis. Alinhando situações, bordando decisões e escolhas na tentativa estúpida de conseguir os apenas dez por cento de acertos felizes durante toda uma vida.

Resta-nos, portanto, entre uma “cagada” e outra - inseguros destemidos ou não, conscientes ou não, intuitivos ou lúcidos - assumirmos que sem ela, certamente, a humanidade se descortinaria no caos das entregas, das verdades absolutas, dos pedantismos exacerbados, das mortes justificadas e muito provavelmente não saberíamos o que fazer com tudo isso!


terça-feira, 1 de novembro de 2011

LÁBIL


O Sol foi e veio

A chuva deu uma

Trégua passageira

Homem se enganou

Passagens transitórias

Tudo cai e oscila feito pêndulo

Uma hora vai pra lá outra para cá.



Como diria o poeta: “A hora do sim é o descuido do não; e a vida tem sempre razão!”

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!