Quantas palavras já saíram de mim
Meio tortas ora complexas e ou vazias?
Carregadas ou não de certo lirismo que
Para uns foi alento, a outra mesmice;
Foram fazer parte desse Universo da
Minha poesia, tão necessária para eu
Libertar-me e transportar-me e sentir...
Só sinto assim nesse átimo de palavras!
Escrever torna-se agora minha euforia
Eugenia de minha própria prosa poética
Que busca o inatingível e o intangível e
Busca o silêncio, a melodia certa e o sim.
Na estante da minha alma os tomos estão
Prontos ao avio, confusão e ao remate do
Inacabado, do impossível, porque já não
É mais em mim que cabe a poesia, ela
Atravessa meu pensamento numa eterna
Alegoria, sem fim, desejosa por si mesma
De ir, sozinha, órfã, caminhante, sem rumo...
Já não mais tenho medo das palavras
Olho-as com o mesmo olhar que me
Vejo num espelho, conheço-as, assim
Sem conhecê-las, numa descoberta
Que nem a morte será capaz de forjar.