domingo, 30 de dezembro de 2012

LEVANTE


Quantas palavras já saíram de mim

Meio tortas ora complexas e ou vazias?

Carregadas ou não de certo lirismo que

Para uns foi alento, a outra mesmice;

Foram fazer parte desse Universo da

Minha poesia, tão necessária para eu

Libertar-me e transportar-me e sentir...

 

Só sinto assim nesse átimo de palavras!

Escrever torna-se agora minha euforia

Eugenia de minha própria prosa poética

Que busca o inatingível e o intangível e

Busca o silêncio, a melodia certa e o sim.

 

Na estante da minha alma os tomos estão

Prontos ao avio, confusão e ao remate do

Inacabado, do impossível, porque já não

É mais em mim que cabe a poesia, ela

Atravessa meu pensamento numa eterna

Alegoria, sem fim, desejosa por si mesma

De ir, sozinha, órfã, caminhante, sem rumo...

 

Já não mais tenho medo das palavras

Olho-as com o mesmo olhar que me

Vejo num espelho, conheço-as, assim

Sem conhecê-las, numa descoberta

Que nem a morte será capaz de forjar.

sábado, 29 de dezembro de 2012

BOSQUEJOS DO FINAL DE ANO


          No balanço anual o que pesa mais é a balança.

         Aos que fizeram algo de ruim, de picuinha, de rancor, achando que o mundo ia acabar, agora é hora de esconder-se até o carnaval chegar.

         A chegada do ano novo não é entrada, é entrudo!

         Não mudo uma vírgula do ano passado, apenas acrescento reticências.

domingo, 23 de dezembro de 2012

REENTRADA NA ATMOSFERA ou FELIZ NATAL


Depois de duas semanas de árduo trabalho, folgo para a vida. Prestes a comemorar a Festa de Natal, parei uns instantes para pensar na simbologia disso tudo; tirando os presentes, as comidas, as obrigações, esse momento serve antes de tudo para agregar. Sim. É no Natal que ligamos para quem quase nunca vemos, ficamos mais suaves, doces e suscetíveis.

Recebemos ontem a visita de um amigo de infância, desde que nos casamos ele sempre vem, sempre, perto do Natal trazer um panetone para nós, especialmente para o amigo, é claro. Nesses vinte anos, sem falhar nenhum. Há nesse ato simbólico todo o resgate possível.  Vemos-nos apenas uma vez ao ano, as crianças crescendo de ano em ano, e uma amizade ligada pelo fio do Natal.

Engraçado ou não, nesse ano especialmente, não sei se por estar mais velha, mais cansada, mais suscetível, esse ato tocou-me profundamente; pela fidelidade, pelo carinho sem cobrança, por toda dedicação, enfim pela personificação da Amizade. Natal, portanto, nos serve, além de outras coisas, para lembrar-nos de que somos humanos, ainda bem.

Um ótimo Natal para você!

sábado, 15 de dezembro de 2012

PARADA TÉCNICA OBRIGATÓRIA

POR MOTIVOS DESINTERESSANTES ESSE BLOG FICARÁ SEM NOVAS POSTAGENS POR UMA SEMANA, MAS POR FAVOR ENTRE, LEIA COISAS ANTIGAS, PASSEIE E ATÉ BREVE!
MARILI

sábado, 8 de dezembro de 2012

ABANICO


Bafejo do Sol

Brisa inexistente

Nuvens pregadas

Corpo turvo, quente

A mulher saca o abanico

Abafamento, abana, abana, abana, sem sentido, fazendo ar que não há!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

BRINDE


Um longo brinde para quem tem:

 

 Um ou vários amores

Casa e conforto necessários

Família e amigos

Dinheiro para fazer seus gostos

Saúde, muita e em ordem

Tudo no lugar, inclusive o caráter

Conhecimento e humildade para aprender

Uma ou mais habilidades

Sonhos e desejos variados

Alguns livros e discos

Papel e lápis, se quiser caneta vale

Uma crença ou duas ou mil

E claro, uma vida longa e esperançosa!

....

“Tim-tim”

 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

PARTITURA PARA TIMBALE


Tum... som bate

Agressivo e forte

Ressoa soberano

Violino reage e sim

Responde ao trovão

Que não se abate

Chora no couro

Rebate, rebate.

 

sábado, 1 de dezembro de 2012

DEVANEIOS DO ENRIQUE E MARILI


Nota (1): Aos leitores informo que esse texto foi escrito por Enrique e por mim, cabendo aos leitores identificar qual a parte é de quem.

 

Nota (2): As partes formam um todo indefinido de forma. Os conteúdos são fictícios e seus autores repletos de realidades. Qualquer tentativa de separar suas devidas manifestações está fadada a não obter sucesso. Esse texto é atômico no sentido literal da palavra e seus autores são ao mesmo tempo dois e um, q u a n t i c a m e n t e imprevisíveis.

 
 

            Azeite. Para se escrever algo é preciso inspiração, mais que isso, é preciso um empurrão que nos leve até a imensidão, escuridão das palavras, e catá-las aos pedaços fragmentados pela super nova ideia, no cosmo infinito da dúvida sobre o que se deseja falar. Sal. Salvar nas linhas o tempero da necessidade, é tão difícil acertar o sabor que se quer dar para um texto, um poema, um bosquejo. Vinagre. Necessária ruptura do paladar do saber das palavras que não se combinam espontaneamente e das quais se deseja mais que nunca saber a pimenta que falta; haverá sempre o dedo-de-moça para ajeitar a poesia. No entanto, é necessário saber o preparo, a ordem das coisas e dos pensamentos. Faz-se assim. Em primeiro lugar, começa-se. Essa fase é de extrema importância e deve ser seguida a rigor; com todos os cuidados daquele que quer atingir o ideal sabor das ideias. É preciso errá-las também, já que de certo, o que fica é o começo. Do mar, de suas entranhas, o salgado desejo sempre, aquela necessidade infinita. Pode-se escrever qualquer coisa, de qualquer jeito, qualquer bobagem pode ser registrada, porque quem dará o tempero certo é quem lerá. Vem assim a primeira crítica dura, aquela que orienta e determina o que é ou não bobagem. Há tanta bobagem por aí e mesmo assim, autorizadas. Vê-se que o começo incorreu em difícil decisão. Sempre há dúvida nas palavras, porque não se sabe por onde andarão e que caminhos tomarão. Continuar ou não? De certo que será continuado, mesmo que no pensamento daquele pobre que se dê conta da leitura dessas palavras, aquele que tudo mexe e quem de fato irá provar a necessidade de mais ou menos sal, azedo ou azeite.
 

 

 

 

 

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!