Nota (1): Aos leitores informo
que esse texto foi escrito por Enrique e por mim, cabendo aos leitores
identificar qual a parte é de quem.
Nota (2): As partes formam um
todo indefinido de forma. Os conteúdos são fictícios e seus autores repletos de
realidades. Qualquer tentativa de separar suas devidas manifestações está
fadada a não obter sucesso. Esse texto é atômico no sentido literal da palavra
e seus autores são ao mesmo tempo dois e um, q u a n t i c a m e n t e
imprevisíveis.
Azeite.
Para se escrever algo é preciso inspiração, mais que isso, é preciso um
empurrão que nos leve até a imensidão, escuridão das palavras, e catá-las aos
pedaços fragmentados pela super nova ideia, no cosmo infinito da dúvida sobre o
que se deseja falar. Sal. Salvar nas linhas o tempero da necessidade, é tão
difícil acertar o sabor que se quer dar para um texto, um poema, um bosquejo.
Vinagre. Necessária ruptura do paladar do saber das palavras que não se
combinam espontaneamente e das quais se deseja mais que nunca saber a pimenta
que falta; haverá sempre o dedo-de-moça para ajeitar a poesia. No entanto, é
necessário saber o preparo, a ordem das coisas e dos pensamentos. Faz-se assim.
Em primeiro lugar, começa-se. Essa fase é de extrema importância e deve ser
seguida a rigor; com todos os cuidados daquele que quer atingir o ideal sabor
das ideias. É preciso errá-las também, já que de certo, o que fica é o começo.
Do mar, de suas entranhas, o salgado desejo sempre, aquela necessidade
infinita. Pode-se escrever qualquer coisa, de qualquer jeito, qualquer bobagem
pode ser registrada, porque quem dará o tempero certo é quem lerá. Vem assim a
primeira crítica dura, aquela que orienta e determina o que é ou não bobagem.
Há tanta bobagem por aí e mesmo assim, autorizadas. Vê-se que o começo incorreu
em difícil decisão. Sempre há dúvida nas palavras, porque não se sabe por onde
andarão e que caminhos tomarão. Continuar ou não? De certo que será continuado,
mesmo que no pensamento daquele pobre que se dê conta da leitura dessas palavras,
aquele que tudo mexe e quem de fato irá provar a necessidade de mais ou menos
sal, azedo ou azeite.
2 comentários:
Você, o tempero da minha vida.
Sua.
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