quarta-feira, 24 de junho de 2020

CUBO MÁGICO


Quero ter toda a dúvida

Ela garante a serenidade
Não ter certeza de algo
Nem saber para que lado
Vou e qual deles é o certo
E será que há o lado certo?
E será que o canto existe?
Preciso eu de uma face?
Assim penso, antes de tudo
Assim sinto, depois do nada
Sem saber eu crio, no vazio
E sigo incerta...porém, livre.


HAICAI MATEMÁTICO



PASSO A VIDA

DIVIDINDO-ME

EM DÍZIMAS

POEMA DA ROSA E DO PÁSSARO


segunda-feira, 22 de junho de 2020

TERNURA





Começamos com mais ternura 
do que afinco.
Eram tantas as...
Os... dizeres,
agora nem um nem outro,
nem quase nada

sábado, 13 de junho de 2020

VISTA CANSADA OU CRÔNICA DA ARANHA





A pandemia me trouxe uma lição: a vista e o ângulo das coisas não são nunca iguais. Dito isso, creio que fica bem à mostra, que o que se vê é sempre o instante, talvez também seja o que se fala. Mudar de opinião é moleza em tempos de reclusão, de resguardo sem ter parido e de cárcere domiciliar. Dito isso também, o mote dessa crônica não é político, embora talvez até sirva, não é pandêmico, o que move esse assunto é o olhar.
A vista ora cansada de não ver o que de costume era, passa a mirar o estranho, o belo, o esquisito. E antes, como não havia tempo para isso, olhávamos sem ver. Sempre havia visto as aranhas, nem sei se gosto de aranhas, porque jamais havia pensado nelas dessa maneira. O fato é que estava tomando um banho de Sol e pensava nos presos que tomam esse mesmo banho, e eu pensava no que eles talvez estivessem pensando; enfim, decidi tirar uma foto do ângulo do céu que se formava junto à cumeeira.
Tirei.
Ficou razoável para quem é bem amador nisso. Virei o rosto e lá estava a minúscula aranha. Olhava para mim, eu creio, e estava a centímetros do meu cabelo. Desviei com calma a cabeça para que pudesse vê-la inteira.
Tirei.
 Ela andou e tirei outra. No que ela, aranha pensava, eu realmente não sei, mas, sei no que eu pensava. Pensava que temos a vista cansada, que o estamos vendo agora é só instante, sim nossas vistas estão muito cansadas, e agora estamos muito diferentes, muito mesmo, do que éramos.
 


sexta-feira, 12 de junho de 2020

PF LITERÁRIO


Complete
Compete
A você
Criar
Tempo
Contemplo
Tento
Tente
Contemporizar
Você
Tem
Tempo
Sem
Template
Tenta
Sim
Tantalizar


quinta-feira, 11 de junho de 2020

699 +1


Sete e sete são
Escritos tantos
São os ditos
Setecentas são
As sentenças
Do meu íntimo

CORAGEM


A coragem que a vida tem de desabar sobre as nossas cabeças é algo que nos passa sempre despercebido. Enquanto nosso olhar transita pelo óbvio e muitas vezes para o distanciamento, a vida vai desenhando os pormenores que nos escapam feito o vento. Caminhamos com o rosto virado para direções sempre únicas, com rédeas que nos impedem de enxergar pequenos detalhes e minúsculas ações.

De um sorriso não visto até uma flor ridiculamente aberta, o que nos empurra para seguir vivendo nunca são as sutilezas, mas sim os arrebatamentos. Talvez seja porque nossa eterna dúvida sobre o que estamos fazendo aqui e a nossa certeza absoluta de que vamos morrer, caminhem lado a lado, tenuemente ligadas por um ser incerto, incompleto e cheio de perguntas.

Nessa manhã acordei diferente. Pensei que o tempo de ontem tinha passado depressa demais para a criança que havia sido outrora adolescente e agora adulta. Nesses pensamentos todos e ora tolos, desejei mais lembrar-me de todas as grandes delicadezas e pequenas agudezas de espírito do que dos meus grandes ou tortuosos feitos. Nessa manhã acordei mais velha e certamente com maior coragem para olhar para vida, como jamais havia olhado.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

REGISTRO GERAL

Uma foto um número outro número uma mãe sem pai não declarado assinado com dedo de tinta. Agora é cidadão para valer!