Ontem havia guardado meu sorriso de lado, tirei o resto da gentileza que tinha restado no
meu rosto. Limpei todos os gestos de bondade e me vi assim, tal qual o animal
se vê diante da presa. Quero agradecer a todos por mais esse dia, quero
dizer obrigada e bom-dia; ironicamente ditos; quero apenas trancar em mim o desprezo e despir
de mim qualquer sutileza que me tornem mais humana. Quero não precisar olhar
com olhos de doçura ou desejo; quero não mencionar as palavras de gentilezas
ou desculpas. Vou assumir toda culpa. Olho para o descamisado sem dentes,
para o faminto, para a meretriz doente, para a criança abusada da mesma maneira
que olho para o resto dos seres, que agora deitados contemplam o Sol, as
belezuras e alegrias. Eu me incluo neles, tenho todos em mim! O meu lado desumano se descarta dos acessórios da
ética, da poesia, da delicadeza, da humildade, bom senso e convertem para o
verdadeiro ser fabricado e produzido, no meu íntimo e só.
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