segunda-feira, 25 de junho de 2012

Acessórios II ( Paráfrase de mim)


Ontem havia guardado meu sorriso de lado, tirei o resto da gentileza que tinha restado no meu rosto. Limpei todos os gestos de bondade e me vi assim, tal qual o animal se vê diante da presa. Quero agradecer a todos por mais esse dia,  quero dizer obrigada e  bom-dia; ironicamente ditos; quero apenas trancar em mim o desprezo e despir de mim qualquer sutileza que me tornem mais humana. Quero não precisar olhar com olhos de doçura ou desejo; quero não mencionar as palavras de gentilezas ou desculpas. Vou assumir toda culpa. Olho para o descamisado sem dentes, para o faminto, para a meretriz doente, para a criança abusada da mesma maneira que olho para o resto dos seres, que agora deitados contemplam o Sol, as belezuras e alegrias. Eu me incluo neles, tenho todos em mim! O meu lado desumano se descarta dos acessórios da ética, da poesia, da delicadeza, da humildade, bom senso e convertem para o verdadeiro ser fabricado e produzido, no meu íntimo e só.

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