sexta-feira, 15 de junho de 2018

QUINHÃO




Visita ao Centro de São Paulo. Hoje. Catedral da Sé, linda, exuberante, mas não serve para nada.
Ao redor, os desgraçados, mutilados, os sem-chance-de-merda-alguma, os famintos, os descamisados.
Olhei.
Olhamos.
Acendi um cigarro.
Acendeu o cachimbo.
A policía pass(e)ava por todos os lados, os caras olhavam o vazio, naquele passo a passo peculiar da lei. Qual?
Baforei, baforamos.
E ali deitado, junto ao pé de uma árvore, ali mesmo, perto do marco zero da nossa cidade, defronte a catedral da fé, o homem fedido, dividia a coberta com seu cão, enrolados em um só. Amor. Tem.
Senti. Sentimos.
Na volta, o molequinho sem-porra-nenhuma-de-sorte, enfrentava o destino, desprevinido, coitado, sem nehuma, mas nenhuma chance de ser feliz!
Restava-me escrever.
Escrevi.

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