Tudo aumentou
nesses meses de confinamento, as contas de água e luz, a comida, o arroz, veja
só, quem diria, o arroz; e também tudo aumentou dentro da nossa casa, dentro de
nós mesmos, dentro desse universo pandêmico. O nome, pandemia, caracteriza bem
como nos sentimos, de mãos atadas, presos em uma cela imaginária, em que todas
as coisas ficam enormes e muito mais difíceis. Pensar nisso tudo gera um enorme
desgaste e buscamos uma paz e alegrias que estão raras em vir.
Entender tudo isso,
quais são os limites do meu eu?E do teu? Quer que eu te ajude a arrumar a casa?
Que te ajude a ficar bem? A limpar as coisas? A fazer comida? Se me perguntam
isso, se te perguntam, talvez seja porque a obrigação de limpar, cozinhar e
ficar bem, seja minha e tua. Tudo fica tão enorme, um gesto, meu, teu, uma
fala, uma falta de percepção... E o que fazer se todos estão na desesperada
tentativa de se manterem ilesos diante de tanto desconforto, e de tanto medo?
Nada.
Esperamos a vacina
da mesma forma que esperamos que tudo passe logo, porque já não sabemos mais o
que fazer com o que descobrimos sobre nós mesmos, sobre os que cá estão junto
de nós, sobre o mundo, as pessoas, o arroz, as matas, as burrices dos homens,
as maldades, os....os confins da fragilidade humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário