Ela estava sentada na
privada. Olhava para as lajotas que revestiam as paredes do banheiro. Fixou o
olhar em uma delas e viu a imagem de um homem, os olhos eram bem definidos e
levemente rasgados, a boca sorria bem bonita para ela. Sacudiu a cabeça e mirou
para outro lugar, via dois anjos entrelaçados. Um deles erguia a mão direita
aos céus. Oravam? Ficou por mais uns segundos antes de decidir tomar um banho. Pensou
nas imagens que sua mente produzira e tentou achar um sentido para elas. Não achou.
Nessa tarde terminaria de ler o livro inacabado. Lá fora, a leitura não
vingava. As nuvens rasgadas pelo céu claro do dia azul compunham imagens
também. Viu um grupo de nuvens levemente formar um rosto. O homem do banheiro
era o mesmo do céu, olhava para ela estranhamente, e assim aos poucos o vento
levava o desenho para longe. Pensou no sentido. Não achou. Pensou na tristeza. Pensou
na solidão. Achou graça de tudo. Verdade?
Abriu o capítulo final e leu por toda à tarde, leitura em
vão; o homem não lhe saía da cabeça...
Nenhum comentário:
Postar um comentário