aceita e pronto
é mais fácil
assim o mundo
olha para o incrível
descaso
acaso
para a tragédia
pelo perdido
e achado também
olha a Lua
olha o planeta vermelho
que lindo!
é a mesma cara
que olha para o dia chuvoso
recebeu pancada
aguenta seu vadio
aceita que é menos doído
é crível
é possível
é justificável
vê aquele corpo caído
coitado dele
nossa que pena!
olha a rosa desabrochou
a casa caiu
a água acabou
alagou, afogou
o barco vai, aceita que o barco segue
que dó
aceita que é a vida
Deus está vendo
Deus está vendo nossa cara!
quarta-feira, 16 de abril de 2014
sábado, 12 de abril de 2014
terça-feira, 8 de abril de 2014
FÁBULA DA CERTEZA
Dona Certeza era realmente a dona da
verdade. Dava conselhos e dizia sempre o que era melhor para a vida dos outros.
Há quem gostasse dela, e obviamente na grande maioria quem a odiasse. Não se
sabe ao certo se o malquerer era porque os conselhos e supostas verdades eram
mesmo verdades para quem os ouvia, ou pura balela. O que se sabe era que a Dona
Certeza ganhou fama no vilarejo.
Certo dia, qualquer, um dia de
primavera se preferir, são mais adocicados para se criar o clima desta fábula,
um viajante chegou á cidade e fincou pé na hospedaria. Logo ficou sabendo da
fama da mulher e resolveu que teria com ela algo de prosa. Contou o caso
rapidamente que não era homem de falar ao vento, e aguardou que a mulher lhe
desse os conselhos.
Dona Certeza meneou a cabeça e disse que
não poderia ajudá-lo e o viajante titubeou, mas perguntou o motivo. Certeza respondeu
que o tema era profundo demais e que embora ela soubesse de toda a verdade,
nesse caso específico lhe faltavam dados. Não sabia quem ele era, nem lhe tinha
afeto, não saberia dizer de onde tinha vindo sua cara e para donde ela iria,
portanto não lhe servia de nada, dizer-lhe a sua verdade.
O homem calou-se, concordou, e rumou
sua partida para outro canto. A cidade amanheceu intrigada e estupefata quando
soube do causo, e há quem diga que Dona Certeza ficou mais popular, porém
sempre dava conselhos e dizia toda a verdade para os seus apenas para os seus.
Moral: Quase sempre todas as verdades
não são para quaisquer ouvidos.
segunda-feira, 7 de abril de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
GLOSA PARA CHIQUINHO
MOTE DO CHIQUINHO
Descida ribanceira percebi, não havia beira
Se revés olhasse, melhor seria havia ladeira
GLOSA PARA CHIQUINHO
A vida, claro, nem sempre me apadrinhou
Aprendi às duras penas, bem eu já tinha...
Que para acertar o buraco, com fina linha
Dependia somente de minha esquadrinha
Pela caminhada em tão longa passadeira
Cruzei sem ver por várias alfarrobeiras
Tivesse visto, eram tantas as goiabeiras
Não contava apenas, com a abençoadeira
Descida ribanceira percebi, não havia beira
Se revés olhasse, melhor seria havia ladeira.
Descida ribanceira percebi, não havia beira
Se revés olhasse, melhor seria havia ladeira
GLOSA PARA CHIQUINHO
A vida, claro, nem sempre me apadrinhou
Aprendi às duras penas, bem eu já tinha...
Que para acertar o buraco, com fina linha
Dependia somente de minha esquadrinha
Pela caminhada em tão longa passadeira
Cruzei sem ver por várias alfarrobeiras
Tivesse visto, eram tantas as goiabeiras
Não contava apenas, com a abençoadeira
Descida ribanceira percebi, não havia beira
Se revés olhasse, melhor seria havia ladeira.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
DESVÃO
Escondo-me em palhas
de forma mimética
desapareço do alvo
rastejo e emudeço, pois o preço é alto
tenho medo não
do vento mas da ventania
tenho medo não
do homem, porém da primazia
delicada palha
que me envolta tampando meus sóis
silencio
silencio
quem me conhece
espanta com as palhas todas
tenho medo não
do amigo, do castigo
o preço é alto, já disse, não falo
quem não me conhece compra
quem conhece, aceita
espreita
espreita
sumo do que é óbvio
não sigo as retas, vislumbro curvas
são tão retorcidas, e assim
desapareço
desapareço
quem me aceita, precisa e ajeita as palhas todas
quem acha que conhece, tolera
tenho medo não
do conhecido, contudo do fanfarrão
o preço é alto, meu amigo
eu te disse, não disse?
de forma mimética
desapareço do alvo
rastejo e emudeço, pois o preço é alto
tenho medo não
do vento mas da ventania
tenho medo não
do homem, porém da primazia
delicada palha
que me envolta tampando meus sóis
silencio
silencio
quem me conhece
espanta com as palhas todas
tenho medo não
do amigo, do castigo
o preço é alto, já disse, não falo
quem não me conhece compra
quem conhece, aceita
espreita
espreita
sumo do que é óbvio
não sigo as retas, vislumbro curvas
são tão retorcidas, e assim
desapareço
desapareço
quem me aceita, precisa e ajeita as palhas todas
quem acha que conhece, tolera
tenho medo não
do conhecido, contudo do fanfarrão
o preço é alto, meu amigo
eu te disse, não disse?
terça-feira, 1 de abril de 2014
RETROVISOR
tenho visto vocês por aí, é sempre bom ver gente por todos os lados sendo apenas gentes, e quanta humanidade há nisso tudo, devem estar todos bem porque os sorrisos são de felicidade, esperemos que sim, tenho andado ocupado, caros amigos, meu time tem ganhado e nem pudemos comentar o assunto, lembram-se daquele nosso amigo, o de pernas tortas, separou da mulher, está a ver demônios, saiu com mão na traseira porque a dá frente nem existe, tenho visto vocês todos, quanta humanidade há em toda essa gente, coitado dele não é mesmo, mas nem amor havia mais naquele casal, tenho andado ocupado, tenho trabalhado muito, tem faltado muita humanidade em mim, mas se os sorrisos são de felicidade deve ser por causa dela mesmo, coitado dele, nem seu time ganhou...nos vemos por aí
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