Dona Certeza era realmente a dona da
verdade. Dava conselhos e dizia sempre o que era melhor para a vida dos outros.
Há quem gostasse dela, e obviamente na grande maioria quem a odiasse. Não se
sabe ao certo se o malquerer era porque os conselhos e supostas verdades eram
mesmo verdades para quem os ouvia, ou pura balela. O que se sabe era que a Dona
Certeza ganhou fama no vilarejo.
Certo dia, qualquer, um dia de
primavera se preferir, são mais adocicados para se criar o clima desta fábula,
um viajante chegou á cidade e fincou pé na hospedaria. Logo ficou sabendo da
fama da mulher e resolveu que teria com ela algo de prosa. Contou o caso
rapidamente que não era homem de falar ao vento, e aguardou que a mulher lhe
desse os conselhos.
Dona Certeza meneou a cabeça e disse que
não poderia ajudá-lo e o viajante titubeou, mas perguntou o motivo. Certeza respondeu
que o tema era profundo demais e que embora ela soubesse de toda a verdade,
nesse caso específico lhe faltavam dados. Não sabia quem ele era, nem lhe tinha
afeto, não saberia dizer de onde tinha vindo sua cara e para donde ela iria,
portanto não lhe servia de nada, dizer-lhe a sua verdade.
O homem calou-se, concordou, e rumou
sua partida para outro canto. A cidade amanheceu intrigada e estupefata quando
soube do causo, e há quem diga que Dona Certeza ficou mais popular, porém
sempre dava conselhos e dizia toda a verdade para os seus apenas para os seus.
Moral: Quase sempre todas as verdades
não são para quaisquer ouvidos.
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