terça-feira, 8 de abril de 2014

FÁBULA DA CERTEZA


Dona Certeza era realmente a dona da verdade. Dava conselhos e dizia sempre o que era melhor para a vida dos outros. Há quem gostasse dela, e obviamente na grande maioria quem a odiasse. Não se sabe ao certo se o malquerer era porque os conselhos e supostas verdades eram mesmo verdades para quem os ouvia, ou pura balela. O que se sabe era que a Dona Certeza ganhou fama no vilarejo.

Certo dia, qualquer, um dia de primavera se preferir, são mais adocicados para se criar o clima desta fábula, um viajante chegou á cidade e fincou pé na hospedaria. Logo ficou sabendo da fama da mulher e resolveu que teria com ela algo de prosa. Contou o caso rapidamente que não era homem de falar ao vento, e aguardou que a mulher lhe desse os conselhos.

Dona Certeza meneou a cabeça e disse que não poderia ajudá-lo e o viajante titubeou, mas perguntou o motivo. Certeza respondeu que o tema era profundo demais e que embora ela soubesse de toda a verdade, nesse caso específico lhe faltavam dados. Não sabia quem ele era, nem lhe tinha afeto, não saberia dizer de onde tinha vindo sua cara e para donde ela iria, portanto não lhe servia de nada, dizer-lhe a sua verdade.

O homem calou-se, concordou, e rumou sua partida para outro canto. A cidade amanheceu intrigada e estupefata quando soube do causo, e há quem diga que Dona Certeza ficou mais popular, porém sempre dava conselhos e dizia toda a verdade para os seus apenas para os seus.

Moral: Quase sempre todas as verdades não são para quaisquer ouvidos.

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