NA INTENSA MODERNIDADE...
DIFÍCIL É SEMPRE CRIAR,
O QUE NUNCA FOI PENSADO!
HAICAIS DA INFÂNCIA
I
Pé de lata
No pé do menino
Saltitando para o infinito.
II
Boneca de pano
Com cabelos de lã
Jogados no chão.
III
De um estilingue,
Sai um tiro...
Assustando o passarinho!
HAICAI DA
DÚVIDA
O rio verde
HAICAI DA CERTEZA
A tarde adormecida
despenca algures
cheiro de Sol !
HAICAI
DA COLHEITA
Depois da outonada,
o menino apanhador
o tempo -será!
HAICAI DA FLOR
A rosa surgiu,
abriu apenas,
queria ser rosa.
HAICAI MATEMÁTICO
Passo a vida
dividindo-me,
em dízimas.
HAICAI DO SOBRINHO
Miro no olhar do
menino
Um sorriso que salta
Acalento para o
infinito
HAICAI DO POEMA
Dia de ideia
Rompe o bordão
Verso incendeia
HAICAI DA ESPERA
Dou alguns passos,
meia-volta e meia,
sonho e aguardo.
HAICAI DO SAPO
O olhar era
distante...
Era apenas um sapo
mudo
Que parado nem
remexia
HAICAI DO SAPO
GELADO
Na pele, a camada
de água
Nem coaxa o
coitado, respira,
E aguarda o Sol do
meio-dia
HAICAI DA PRINCESA
Trago no seu
beijo
Ainda névoa
esparsa
Gosto do
silêncio
HAICAI
SINGELO
O carrilhão
percurtido
pelo anjo
badala,badala
e ressoa.
Diz-se por aí que duas bruxinhas eram conhecidas por inventarem demais. Passavam parte da vida, imersas em sonhos e construíam histórias muito boas de ouvir, mas que ninguém ouvia, porque já se sabia que tudo era uma inverdade. As duas feiticeiras, então, resolveram que era melhor ir vivendo, do jeito mais bobo e sem graça mesmo, porque dava muito trabalho nadar contra toda a corrente que viam e ouviam. Tanto diz-que-diz-que enche.
Durante muito tempo as bruxinhas se olhavam com tristeza e até esboçavam uma historieta qualquer, porém, ao se lembrarem de toda enxovalhada, preferiam dormitar. Passaram tantos anos dormindo que as suas cabecinhas já não sabiam mais sonhar. As cantigas haviam sido esquecidas, nem poetar dava mais, muito menos historiar.
Dormentes,
as mãos das magas estavam, e iam carregando a vida vazia, sem peso, graça e sem
emoção. Ambas, então, sentadas, esperavam algo da vida quando se deram as mãos
e decidiram que era hora de partir porque naquele lugar ninguém saberia mais
delas. No meio do caminho, se abraçaram, os pequenos corações começaram a bater
novamente e se despediram.
Outra foi pelo mar.
A bruxa que foi pelo caminho da Lua logo encontrou um lugar muito lindo, onde as pessoas que lá viviam se encheram de alegria, quando ela começou a contar sua primeira história. Todos da Vila da Lua ficaram encantados com tanta graça e magia daquela feiticeira encantada.
A outra que foi pelo mar, também encontrou sua morada e logo que chegou a Aldeia Salgada, começou a declamar seus poemas, fazer seus versos e cantarolar suas rimas. Toda a Aldeia se enchia de magia e alegria quando a estrige começava com sua poesia.
E agora, as bruxinhas que sonhavam podiam viver em paz.
Os olhos abrem e fecham
Neles, se descortinam
A íris do mundo...
Os olhos se abrem
A luz capta uma lágrima
A moça sorri quando vê o pôr do Sol
Uma brisa suave puxa o olhar
A luz capta uma onda
A moça se encanta quando vê o mar
Os olhos piscam em frame ciliar
Os olhos abrem e fecham
Neles, o cristalino
A pura visão do olhar...
O POÇO DE VISITA SE ENTUPIU DE TANTA VERGONHA FALHOU DE TAMANHO DESCASO RUIU BUEIRO, SEU NOME É DINHEIRO!