Senhor
Domingos ia de um canto para outro da barraca, com o facão em punho, pronto
para abrir vários cocos. De imediato o rosto era sisudo, mas quando dissemos
que a banana da terra frita estava espetacular, seu sorriso capixaba abriu-se
em flor e daí por diante ficamos velhos conhecidos. Isso tudo, o homem, sua
família, a sua barraca de sobreviver, montada ali, diante da praia linda, me
fizeram pensar no Brasil, na sua gente, na boa gente que ainda resta, que
devolve um sorriso diante de um elogio banal, do esforço que se faz para ainda
ter prazer em viver.
Se
eu fiquei melancólica? Muito. Demais.
Fizemos
tudo de mais simples, construímos castelos de areia, caminhamos, tomamos
picolés por um real, queijo de coalho assado por outros trabalhadores que iam
de lá para cá na areia quente, água- de- coco, pegamos ondas, ralamos os
joelhos e engolimos água salgada, muito Sol, quase insolação; íamos na barraca do Senhor Domingos e aproveitamos tudo
que era possível fazer de bom e de simples. E foi tão maravilhoso.
Se
eu fiquei pensativa? Muito. Bastante.
Agradecida? Por demais.
Eu estava
por ali, de férias, pequenas férias, um privilégio, para poucos, hotel de
primeira, com vista escandalosa de uma praia brasileira; dinheiro bem juntado e
muito bem gasto, claro, mas o bom mesmo foi comer mandioca, banana da terra e
ganhar o sorriso generoso do Senhor Domingos.
Um comentário:
É a mais pura verdade!!!
Postar um comentário