domingo, 23 de fevereiro de 2014

PASTAGEM

                Há quem diga que como o vento porque nele respiro e tenho tamanha certeza de estar vivo que contemplo o amanhecer; e as pastagens que ali aparecem como num quadro, pintado, com tinta que dissolve em água, para um dia desmanchar e agora se mostram por um instante vivas também. E assim é o contemplar dos meus olhos nas coisas, que mudam tão rapidamente que não há fôlego.
            E tem o vento, ora brisa, e respiro, e estou novamente vivo. Bebo os alísios que sopram regularmente vindos sabe lá de onde, e pouco me importa de onde vem, porque não há necessidade da origem e da compreensão, há sim carência de senti-los, nas caras, no peito e nos cabelos. Buscar significado nas coisas é uma perda de tempo tamanha, e não tenho tempo para isso; não se pode perder hora com análises das birutas e que rumo elas indicarão, de que me serve isso?
            Hoje as pastagens amanheceram mais amareladas e esse é o meu tempo.

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