terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

QUADRINHA DA CIDADE ALAGADA

O POÇO DE VISITA SE ENTUPIU

DE TANTA VERGONHA FALHOU

DE TAMANHO DESCASO RUIU

BUEIRO, SEU NOME É DINHEIRO!

sábado, 25 de janeiro de 2025

JARDIM DO ÉDEN

 Mote: A história acabou, não haverá nada mais que contar. (Saramago, em Caim)


No bar, o homem embriagado, narra a história da sua vida para o garçom, que  muito pouco ou quase nada interessado, escuta apenas, na intenção de vender mais cervejas. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

TRÍVIA

                                                       




 

 

F E L

     v I C I o

      D o r

      A m o r

      D E S

   

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

TRIPALIUM

 

Imobilizada

Ainda trabalho

Muda a regra

Ainda trabalho

Paga pedágio

Ainda trabalho

Deixo o vislumbre

Ainda trabalho

É o fim

Sem atalho

Que nada...

Mais uns anos de tortura

Sem atalho

É o fim

Ainda trabalho

Deixo o vislumbre

Ainda trabalho

Paga pedágio

Ainda trabalho

Muda a regra

Ainda trabalho

Imobilizada

 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

CRÔNICA EXTEMPORÂNEA

É possível parcelar as mágoas em suaves prestações? De preferência sem juros, porque ninguém merece juros disto. Já tive que inutilizar minhas ações, então, por que tenho que ainda pagar por isso tudo? Por favor, parcele. Parcele essa dívida comigo mesmo, para que eu possa entender tamanho boicote social, para que eu possa compreender o motivo pelo qual as pessoas te excluem, se excluem, me excluem. Fui um mau garoto? Somos boas garotas? A quem os olhos viram ações errôneas?  Minhas opiniões problemáticas te tiraram da zona de conforto, ou me colocaram na cova? Meu comportamento foi inadequado ou você se viu no espelho?

É possível parcelar as mágoas em pequenas prestações? Por favor, parcele minha angústia em prestações para vida toda, para que eu tenha tempo de pagar essa dívida moral comigo mesmo; para que eu possa acertar esse déficit a longo prazo e perdoar a minha inadimplência com esse ser humano que é desprezível, que faz julgar e sofrer tão facilmente. Por acaso todo esse descaso se deve ao fato de que não é possível aceitar o que outro diz? Tem coisa que é inafiançável: a fome é inafiançável, a morte, a pobreza. Não cabe aceitação. Você por acaso já sentiu alguma coisa dessas? Se sim, então, parcele, por gentileza.

Não.

É possível providenciar o cancelamento das minhas mágoas? É que o comprador se enganou na compra, o produto veio com atraso e foi entregue em desacordo com o anunciado. Cancele, por gentileza!

 


quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

PREMISSA

No vagão do trem lotado, 

dois olhares se cruzam. 

Dos olhares ali de todos, 

esses, 

eram os únicos 

que se dispunham ao amor.





domingo, 5 de janeiro de 2025

PRIMEIRO DE ABRIL

 

Era para ser um texto qualquer, um poema, algo que mostrasse a que veio. O texto escrito inaugural, o introito anual. O primeiro do ano, o primogênito, aquele que abre-alas para o restante vir, não importa em que condições. Tudo que começa tem que ser único, ohhhhhhhhh, porque se espera isso do começo, do empeço, porque se quer isso dos inícios; era para ser original, isso original, algo nunca visto, algo nunca escrito. Não veio. Passei os dias tentando escrever o poema, a crônica inicial, o haicai do ano matemático de 2025, o romance que nunca existirá. Ninguém veio. Nem a inspiração, nem a ideia, nem a chuva americanizada de brainstorming, nem uma palavra sequer. Nada.

Assim como na vida, nada é o original, assim, por aqui também não tem como ser.

QUADRINHA DA CIDADE ALAGADA

O POÇO DE VISITA SE ENTUPIU DE TANTA VERGONHA FALHOU DE TAMANHO DESCASO RUIU BUEIRO, SEU NOME É DINHEIRO!