quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

CRÔNICO (A)


Abri um livro de gramática para atualizar uma regra de vírgulas, sempre odiei e errei o uso da vírgula, e num dos exemplos de ponto-e-vírgula, deparei-me com uma frase de Rubem Braga que se tornou o mote desta crônica. Ei-la: “Essas coisas me fazem lembrar outras, também ásperas e tristes; estou num dia de lembranças ruins. Quando vejo moços a falar do tédio da vida, tenho inveja; nós nunca tivemos tempo para sentir tédio.”.

Das várias definições para tédio que conheço, nenhuma consegue dar conta da sensação que eu sinto. Uns apontam como o cansaço da alma, aborrecimentos e melancolias, falta do quê fazer, sentimento de vazio interior, e diga-se, tudo sem a menor explicação, muitas das vezes. O tédio assim como chega, sai.

Minha relação com o tédio beira a loucura. Faço tantas coisas que quando sinto o desejo do ócio, paradoxalmente ele transforma-se em vazio, aborrecimento. Machado de Assis dizia: “Matamos o tempo, ele nos enterra”, mas todos eles tinham muito mais tempo que eu. Queria poder matar o tempo sem gerar tanta culpa, deitar sem nada para fazer e não sentir tédio por isso.

O problema está nas definições. Todas elas não dão conta da complexidade do assunto e são incapazes de definir meu estado de espírito. Se para Machado não há o ócio e para Braga não existe o tédio, ambos caminham na minha vida em uma estrada circular e contínua...

Será que usei certa a regra da vírgula?

2 comentários:

Anônimo disse...

Como essa pobre escritora esta precisando de Ajuda.
Eu não sei usar a virgula.
Parabens
Gilda Prieto

Valsa Literária disse...

Valeu Gilda! Essa pobre escritora está carente de LEITORES!!!!!!
bEIJOS
MARILI

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