quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CRÔNICA DO ENTARDECER


                Em um daqueles dias, cansativos demasiadamente, em que somente um ovo frito resolve seu problema, nada melhor que um ovinho frito no azeite, sem sal, claro, porque os ovos já vem salgados de suas origens, levemente estourado no pão, decidi que precisava comprá-los; e mesmo diante do arrasto fui ao supermercado, caminhando em passos rápidos, olhando para o vazio.

                Acabei por passear nas alamedas de produtos; pegava, largava, indecisa, os ovos estavam lá, mas os apetrechos eram duvidosos, pão fino, largo, fofinho, sei lá, peguei uns com gergelins. Suco, iogurte, e um chocolate para rebater, ninguém entende o que um cacau faz por nós mulheres.

            Na saída, com as mãos empacotadas, cruzei com um senhor que olhava para cima: “Que entardecer, que entardecer!”. Talvez tivesse passada despercebida à frase, se, o idoso não dissesse como disse, duas vezes. Ele se foi. Fiquei. Olhei e certamente estava lindo. O azul quase enegrecido da noite que chegava, estava armado no topo do céu e pelas beiradas, os tons de azul, lilás desciam ainda lentamente, tocando o alaranjado do Sol ainda insistente em se pôr.

            Estava lindo, mesmo. E nem havia reparado na ida. Essa é a simples lei das compensações da vida... Reparei na volta, ainda bem que deu tempo!

               

4 comentários:

Anônimo disse...

Ainda bem que a vida nos dá chances de reparar neh mãe? Muito lindo o texto.

Mariza disse...



Também contemplei esse entardecer, calmo ,lindo e cheio de novas esperanças...
beijocas
Mariza.

Anônimo disse...



Aqui dentro de casa, pude ver o enterdecer através de seus olhos, lindo. my

Valsa Literária disse...

É pessoal temos que olhar para o lado ás vezes...
Valeu pelos posts
Beijos

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