É fim
de tarde; o homem recebe um gesto carregado de imensidão que vem do abanar insistente
da mulher que ele ama. Olha devagar e não retribui; entre eles há uma avenida repleta
de carros, ônibus, motocicletas e gente, muita gente. Daquele lado de lá, a
mulher procura, o sorriso é pleno, adocicado pelo entardecer que insiste em
ofuscar a poluição. Do lado de cá, o homem, olha, ama, sabe e não abana nem um
piscar. Entre eles, as buzinas de vozes e poeira, os cheiros da cidade, as
sombras dos prédios sumindo na entrada da noitezinha que chega cansada do dia.
Ele olha; a mulher se foi; ele suspira; ele ama; é fim; é tarde.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
POEMETO COM MOTE
Mote: Por fora não se nota, mas a alma anda-me a coxear há setenta anos. (Saramago em As pequenas memórias) Qual alma não vacila? Oscila.....
-
sem conseguir escrever alguma coisa de valor poético, metafísico, revolucionário, quântico, sem conseguir escrever algo que te faça se apaix...
-
Na era do tanto-faz, quem tem afeto é Rei.
-
Mote: A história acabou, não haverá nada mais que contar. (Saramago, em Caim) No bar, o homem embriagado, narra a história da sua vida par...
2 comentários:
fiquei pensando no texto, muito lindo, triste, um amor que se foi...fiquei imaginando um monte de coisas....legal isso...my
Sabe que eu pensei em um amor que não conseguiu se completar... sei lá, escrevi e nem pensei no que saiu, beijinhos
Postar um comentário