Quase
todo o dia, a boa senhora tratava de bordar o paninho que daria de presente nas
festas de fim de ano. Ponto de laçada. O rendado cuidadoso mesclava tons
avermelhados idos do laranja ao quase roxo. Ponto de cadeia e entremeio. Nesse vai
e vem dos ágeis dedos, lembrava-se de alguns sonhos, que agora eram tão
vergonhosamente longínquos e estranhos que não eram possíveis nem de serem pensados.
Ponto de cruz. Mais umas carreiras em círculos, com babados em bicos
triangulares, deram forma aos panos, recém-acabados. Ponto de nó. Os sonhos? Guardou-os
na caixinha, junto às agulhas e linhas coloridas, quem sabe amanhã... quem
sabe!
domingo, 28 de outubro de 2012
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4 comentários:
Está em nossas maõs apagar inteiramente da nossa memória os infortunios e evocar as recordações agradáveis...
MARIZA
beijocas
É verdade!
beijão
Fiquei imaginando a boa senhora a bordar e em cada ponto , uma recordação um sonho que deixou ali esquecido em sua caixinha de costura, muito lindo...my
tAMBÉM SABIA, PENSEI NISSO QUANDO ESCREVI!
BJS
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