Os figos
adoram o calor, talvez seja porque os dias fiquem muito longos e o tempo para que
eles se esquentem e amadureçam seja suficiente. Os sentimentos ficam longos
também no verão e minha alma sente-se como no estio, porque com noites tão
curtas o cansaço é infinito. Não é possível entender nada no calor, apenas é
necessário procurar uma sombra para apaziguar o abafamento. As ideias esquentam
e apenas o corpo reage; a mente dormita na espera de outros tempos que
justifiquem esse momento de mormaço interior. Não deixemos que os figos
murchem, havemos de comê-los ainda roxos e suavemente carnudos e doces, porque
é preciso sustentação para se alcançar a primavera.
domingo, 23 de junho de 2013
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