quarta-feira, 16 de outubro de 2013

DESCOMPASSO


A moça olhava para a possibilidade do amor da mesma maneira que os comensais famintos olham para os quitutes deitados nas bandejas. Pensava em quando surgiria alguém que lhe completasse o corpo e com quem pudesse trocar tantas palavras que em nenhum dicionário coubessem; porque para a moça o amor era tanto feito de uma coisa como da outra.

Enquanto pensava, os moços todos a olhavam. Os que podiam olhar e os que não podiam também. A doce mulher era bela, quieta e também tão imersa em seus sonhos de romance, que não sentia os olhos cobiçosos de ninguém; porque para a moça o amor era feito mais do que de cobiça, era feito de uma coisa mais a outra.

E nessa toada o destino ainda não tinha certeza de quem reservaria para a moça dos olhos baixos, porque ela era tão distraída que não conseguiria ver o olhar daquele moço feito para ela, o mesmo moço que quer encontrar uma menina que lhe emoldure o corpo e com quem possa dizer todos os vocábulos do mundo.

Nessa toada o destino repousa, aflito e angustiado, pensativo, na espreita e de soslaio, esperando a hora certa de agir, para não haver equívoco algum; porque no grande amor desses dois, não pode haver enganos.

2 comentários:

Anônimo disse...

O desejo é grande porém...


Todos desejamos que essa moça perdidamente e intensamente apaixonada por amar sinta-se completa. E que o destino não demore muito e nem erre...

Valsa Literária disse...

Lindo o que você comentou, não sei quem é mas achei lindo. Não demorará!

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