A
moça olhava para a possibilidade do amor da mesma maneira que os comensais
famintos olham para os quitutes deitados nas bandejas. Pensava em quando
surgiria alguém que lhe completasse o corpo e com quem pudesse trocar tantas
palavras que em nenhum dicionário coubessem; porque para a moça o amor era
tanto feito de uma coisa como da outra.
Enquanto
pensava, os moços todos a olhavam. Os que podiam olhar e os que não podiam
também. A doce mulher era bela, quieta e também tão imersa em seus sonhos de
romance, que não sentia os olhos cobiçosos de ninguém; porque para a moça o
amor era feito mais do que de cobiça, era feito de uma coisa mais a outra.
E nessa
toada o destino ainda não tinha certeza de quem reservaria para a moça dos
olhos baixos, porque ela era tão distraída que não conseguiria ver o olhar
daquele moço feito para ela, o mesmo moço que quer encontrar uma menina que lhe
emoldure o corpo e com quem possa dizer todos os vocábulos do mundo.
Nessa
toada o destino repousa, aflito e angustiado, pensativo, na espreita e de
soslaio, esperando a hora certa de agir, para não haver equívoco algum; porque no
grande amor desses dois, não pode haver enganos.
2 comentários:
O desejo é grande porém...
Todos desejamos que essa moça perdidamente e intensamente apaixonada por amar sinta-se completa. E que o destino não demore muito e nem erre...
Lindo o que você comentou, não sei quem é mas achei lindo. Não demorará!
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