O famoso lambe-lambe e sua potente "rolleiflex" entram num recinto...
A luz não importa,
nem sequer é necessário um refletor para que seus dedos ágeis e duros apertem o
botão e um flash sorridente capture o instante.
No seu transtorno-maníaco-compulsivo-obsessivo,
obseda na imaginação o melhor ângulo da figura que se move em sua frente.
Atenção! Um corpo que chega, um algo que se movimenta, um rosto que lamenta,
uma boca que canta, um instrumento que toca, o rebolar dos quadris, a pose da
moça, um "fotofóbico" que balança e o cão que ri. Não há objeto para a objetiva
que retrata o indelével.
Como se não
bastasse, o impávido fotógrafo precisa também ser parte da sua sétima ou décima
arte, e num revés desesperado, em toda a loucura, procura uma regra-três que
com seu dedo substituto em riste, faça surgir num “click” a imagem congelada do
exímio-louco que lhe sorri.
E todos os instantes não revelados, nem coloridos tampouco pretos e brancos se avolumam nas páginas solitárias virtuais, a espera de outro olhar que saudoso relembre o momento e gargalhe ou chore ou... odeio ser fotografado. Já diziam que rouba minha alma.
Lá vai o famoso
lambe-lambe produzir suas fotos-legenda.
“E não é que você
ficou bem na foto”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário