sábado, 3 de setembro de 2011

OBSESSÃO ( Parte 7)


A obsessão surge na maioria dos casos do desejo reprimido. O desejo de ter algo, ou alguém, provoca o interesse excessivo em relação ao objeto desejado. Não passa por preceitos morais, não passa pelo lado consciente, porque é insano. Ricardo oscilava como um pêndulo, para cá e para lá. Do ponto de vista do amor, Eleonora preenchia todos os requisitos da companheira perfeita. Do outro, existia à vontade, a curiosidade, o ter por nunca ter tido, o maldito desejo, inexplicável e certamente efêmero. Isso tudo passou a girar em sua mente depois desse telefonema:

Ricardo?

Sou eu. Quem fala?

– Três anos foram suficientes para esquecer minha voz.

– Ah! Oi, Cristina.

– Você pode falar?

– O que você quer?

– Quero saber se pode e se quer falar comigo?

– Olha, Maria Cristina, você já conturbou demais as coisas por aqui. Respondi sua carta e achei que tivesse deixado claro...

– Não deixou.

– O quê?

– Claro. Você não esclareceu nada. Aliás, disse que me desejava. Por isso estou ligando, quero ver você.

– Por favor, não faça isso não. Eu vou desligar. Gostaria que...

– Tem certeza que não quer me ver? Viver o que não vivemos?

– Tenho. Boa noite.

– Espera!

– Fala.

– Me liga a hora que der...

– Tchau.

Certas obsessões devem durar o tempo da loucura a ponto de gerarem as dúvidas, os desejos e as buscas, sejam das possibilidades de um começo, ou das certezas de um fim...

2 comentários:

P.s disse...

P.s: Não tinha observado que já existira parte 6 e 7.

Sabia que o Ricardo ia fazer besteira... Homens inseguros dá nisso!

Hahahah amei....publica mais ..agora prometo q fico em outra casa só pra vc poder escrever ..kkk

Valsa Literária disse...

Não precisa ficar em outra casa, é só ter um pouquinho de silêncio para essa mãe virar escritora por alguns instantes...rsrsrsr

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