A obsessão surge na maioria dos casos do desejo reprimido. O desejo de ter algo, ou alguém, provoca o interesse excessivo em relação ao objeto desejado. Não passa por preceitos morais, não passa pelo lado consciente, porque é insano. Ricardo oscilava como um pêndulo, para cá e para lá. Do ponto de vista do amor, Eleonora preenchia todos os requisitos da companheira perfeita. Do outro, existia à vontade, a curiosidade, o ter por nunca ter tido, o maldito desejo, inexplicável e certamente efêmero. Isso tudo passou a girar em sua mente depois desse telefonema:
– Ricardo?
– Sou eu. Quem fala?
– Três anos foram suficientes para esquecer minha voz.
– Ah! Oi, Cristina.
– Você pode falar?
– O que você quer?
– Quero saber se pode e se quer falar comigo?
– Olha, Maria Cristina, você já conturbou demais as coisas por aqui. Respondi sua carta e achei que tivesse deixado claro...
– Não deixou.
– O quê?
– Claro. Você não esclareceu nada. Aliás, disse que me desejava. Por isso estou ligando, quero ver você.
– Por favor, não faça isso não. Eu vou desligar. Gostaria que...
– Tem certeza que não quer me ver? Viver o que não vivemos?
– Tenho. Boa noite.
– Espera!
– Fala.
– Me liga a hora que der...
– Tchau.
Certas obsessões devem durar o tempo da loucura a ponto de gerarem as dúvidas, os desejos e as buscas, sejam das possibilidades de um começo, ou das certezas de um fim...
2 comentários:
P.s: Não tinha observado que já existira parte 6 e 7.
Sabia que o Ricardo ia fazer besteira... Homens inseguros dá nisso!
Hahahah amei....publica mais ..agora prometo q fico em outra casa só pra vc poder escrever ..kkk
Não precisa ficar em outra casa, é só ter um pouquinho de silêncio para essa mãe virar escritora por alguns instantes...rsrsrsr
Postar um comentário