quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TABUADA


Hoje vou me atrever a falar de um esporte que sou fã apaixonada e nem mesmo sei explicar o motivo. Futebol para mim é coisa séria. Desde a adolescência assistia aos jogos de várzea do Desafio ao Galo; os caras rolavam na lama e eu achava tudo mágico e interessante. Com uns sete anos, conheci o Rei Pelé na escola em que minha mãe trabalhava e achei que seria maravilhoso ser Santista; não me arrependi.

Com o passar dos anos passei a entender um pouco mais, hoje sei regras, posições, tabelas, e gírias desse confronto entre vinte e duas pessoas, sem contar a equipe de arbitragem; o que me habilita a discutir e comentar a desordem em que se encontra o Futebol Brasileiro. Hoje além de ninguém mais suar a camisa, a tecnologia inovou os tecidos “anti-transpirantes”, os malucos correm de lá para cá, e o esporte em si perdeu o sentido, não vejo ninguém jogar com raça, com graça e paixão.

Zagueiro quer ser centroavante e os meias caminham para as laterais, os times não jogam o coletivo. Sim, o hiperônimo do Futebol é a coletividade, usurpada do meio futebolístico, porque o que conta é o valor monetário do passe e não mais o prazer do gol. Com o nono ataque especulado pelo nosso ilustríssimo técnico atual, o tal Mano, trocam-se os nomes e ficam-se as derrotas, chacotas, de um time que não é time, de um grupo que está longe de ser grupo.

Para os aficionados por uma pelada, como eu, fica a esperança da tabuada, as operações elementares das duas vezes dois, dos onze vezes onze, das tabelinhas, dos passes certeiros, do troca-troca, da bola sendo levada pelo grupo todo, num desenho tal qual Chico Buarque traçou em sua melódica canção. Assisto hoje ao Brasil e Argentina, na expectativa da sorte, na ilusão da camisa verde e amarela, no saudosismo dos canarinhos e com um enorme aperto no coração.

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