sexta-feira, 15 de julho de 2011

São José do Rio Preto, 20 de janeiro de 2009

 Ricardo,

Hoje resolvi escrever para você. Não sei muito bem o que dizer depois de tanto tempo sem nos vermos. O que sei é que senti uma vontade, como a de comer um doce, e pensei que talvez recebesse bem essa carta com notícias minhas.

Separei-me no ano passado, foi um tanto traumático, dividimos até as escovas de cabelos, um para cá, um para lá, três panos de prato para mim e três para ele; a sorte é que não tivemos que dividir os filhos, não consegui engravidar, ainda bem, não é mesmo?

Soube pela Laura, que você está bem, produzindo, se revelou, não é verdade? Gostei de saber das novidades, do seu novo trabalho, da exposição de fotos em Sampa, infelizmente não pude ir e espero seu perdão, estava em meio ao caos da separação.

Enfim, ia postar no seu e-mail, mas senti outra vontade daquelas, de preservar a espera, a demora que só a carta traz; a angústia da incerteza da sua resposta e assim será muito mais fácil e compreensível caso sua carta não chegue. Poderei pensar no extravio dos correios, na morosidade dos serviços...

Eu estou sozinha e caso você queira aparecer, conversar, sair, quero dizer que adoraria, muito, mesmo. Aproveito para falar também que sinto saudades, do amigo, que deveria ter sido muito mais que meu amigo, e que talvez a escolha, minha, tenha sido errada.



Um beijo

Maria Cristina

3 comentários:

NCC 1701 disse...

Que texto inesperado...

Não há dúvida. Este é o começo de uma nova crônica...

O que Ricardo irá responder?

Saberemos ainda hoje?

Valsa Literária disse...

Quem sabe...
Será que ele irá responder, talvez,
mas obrigada por ler e participar.

disse...

Será que ele existe? Seria ele analfabeto? É o famoso Ricardão? rs Aguardemos novas manifestações!

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