domingo, 23 de janeiro de 2011

MINI-CRÔNICA

         O famoso lambe-lambe  e sua potente Kodak entram num recinto...
         A luz não importa, nem sequer é necessário um refletor para que seus dedos ágeis e duros apertem o botão e um flash sorridente capture o instante.
         No seu transtorno-maníaco-compulsivo-obsessivo, obseda na imaginação o melhor ângulo da figura que se move em sua frente. Atenção! Um corpo que chega, uma lingüiça que se movimenta, um rosto que lamenta, uma boca que canta, um instrumento que toca, o rebolar dos quadris, a pose da moça, um fotofóbico que balança e o cão que ri. Não há objeto para a objetiva que retrata o indelével.
         Como se não bastasse, o impávido fotógrafo precisa também ser parte da sua sétima ou décima arte, e num revés desesperado, em toda a loucura, procura um regra-três que com seu dedo substituto em riste, faça surgir num “click” a imagem congelada do exímio-louco que lhe sorri.
         E todos os instantes não revelados,  nem coloridos tampouco pretos e brancos se avolumam nas páginas solitárias virtuais, a espera de um outro olhar, que saudoso relembre o momento e gargalhe ou chore ou...
         Lá vai o famoso lambe-lambe produzir suas fotos-legenda.
         “E não é que você ficou bem na foto”.

3 comentários:

disse...

Retrato perfeito. Pro lambe-lambe, você tem uma memória fotogênica.

Fábio Roberto disse...

Marili superou a fobia fotográfica! Oba!

Valsa Literária disse...

GRAÇAS A VOCÊS ANDO SUPERANDO ANTIGOS TRAUMAS.

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