terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Trilogia grega


Ao semideus

Para um homem semi
Homem deus
Resta o deus
sobra o semi.
Para uma Helena
Ariadne Semele
Só o semi não basta
Há de vir um Deus
Que abra a concha
E faça surgir
à pérola.


Acordes


Acorda a Acrópole desnuda
Helena, acorda, acordes.
Há música e máscaras
O tempo chamou Lena.

Acorda, acordes, o par
O fio entrededos, desata
Helena, desnuda, a pérola
Cai entreventre Cronos.

O tempo chamou Lena
Há música, meu amor;
Vai-e-vem, balbucia
teu nome, cai a máscara.

Acorda, acordes, o semivéu
semiamor, o tempo sussurrou
Lena, anda, ata, nua, sua
Cai à pérola, a música há.

O tempo chamou... Vem.
Acordes, agora, nada
Há a máscara, pega, ata
a Pérola Helena.





Heras

Heras...
Que Tebas?
Qual Acrópole?
Que Semele desenganada
Coroa Helena de heras.

Bacantes embriagadas
Curvam-se, imundas
Inertes roubam as heras
as pérolas e as castas.

Que Semele enganada
Dera as Helenas, pétalas
As tebas arqueadas, guiam
Baco surdo até elas.

Que tempo?
Heras
Cronos perturbador
Traz um embrechado
E contempla, calado
O ventre de Helena.
Que Semele
Que Tebas
Que nada.
Helena acordou!




Nenhum comentário:

DOIS AXIOMAS RALÉS

  AXIOMA AMOROSO Entender o outro É respeito Aceitar o outro: amor.   AXIOMA REVOLTO Ahhhhhhhhh! Ignorância É a matriz da acei...