Outro dia desses, num dos Saraus na casa de um grande amigo, conversávamos sobre o que era ser professor, a diferença de professor e educador, do peso de cada uma dessas funções e a prosa prosseguiu nessa temática e não me recordo agora se chegamos a uma conclusão, se é que deveríamos chegar, mesmo porque, aquela altura, estávamos bêbados e felizes.
O fato é que depois desse dia, tenho pensado muito sobre isso e de como toda a discussão tinha refletido na minha prática diária como professora. Observei se minhas aulas eram as mesmas de antes, com o mesmo vigor e talvez com o mesmo “tesão” de outrora. Achei que não. Fiquei um tanto decepcionada de perceber que creio não ser mais a mesma professora.
No entanto, talvez, esse calo metafísico tenha produzido em mim algum alerta. E na semana que passou tentei trazer á tona um pouco daquela professora apaixonada que sempre fui e que por certo estava adormecida dentro de mim. Mudei um pouco a rotina das aulas, empenhei-me mais nas explicações, representei personagens, engracei-me, e abusei das malícias e artífices.
Hoje, no final da aula, recebi um bilhetinho de uma aluna, de dez anos, Brunna. Via de regra recebo bilhetinhos de amor, das alunas, principalmente, é meio de praxe, todos são comuns, afetivos, dizendo que me amam, mas esse mexeu demais comigo, não apenas pelo conteúdo demasiadamente delicado e amoroso, mas, sobretudo pelo que provocou em minha alma. Ei-lo:
Marili
Olhe, para as estrelas...
E verá algo tão lindo quanto eu sinto por você.
Brunna
3 comentários:
LINDO! Quanto a professor x educador,cada um ficou com sua opinião. Mas como outro dia esteve em casa um escritor que se considera um educador, mandarei por e-mail a abertura do livro onde ele aborda o assunto
Curiosa fiquei...
Ainda sou professora!
Lindo, lindo!...
Beijos =)
JOY
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