O dia transcorreu nos disfarces. Eleonora exagerava nos gestos e sorrisos para que Ricardo não percebesse. E de fato ele não notou nada, os homens em geral não enxergam nada além do bojador. Comeram os vários pedaços de abacaxis, doces e suculentos e foram trabalhar. No entanto a cabeça dela girava, matutava, não estava certa quanto ao que faria; poderia ver o endereço e ir até o local, descobrir o telefone da dita cuja e ligar dando um esporro.
Abriu o bilhete na hora do almoço e começou a analisá-lo. Só uma pessoa doente escreveria um negócio desses. O sentimento de raiva logo se transformou em pena. “Peço que não conte nada para ele dessa carta, apenas responda se sentir vontade. Se não quiser fazer nada, entenderei.” Não contaria, pois o desejo era de fato abalar as estruturas, doente, obsessiva, pensava Eleonora, clareando as ideias e pondo-as no lugar certo.
Ligou para uma amiga em comum.
– Laura?
– Sim, quem é?
– Eleonora.
– Nossa! Quanto tempo, tudo bem? E o Ricardo?
– Tudo joia, estamos bem, na correria, trabalhando, mas na verdade eu liguei para perguntar uma coisa.
– O quê? Está tudo bem? Você ficou estranha!
– Quem é Maria Cristina?
– Ai,ai,ai... Olha, Eleonora esquece isso, já faz tempo...
– Laura, por favor, essa louca me mandou uma carta e eu nem sei que ela é; imagino quem seja; mas porque não soube nada dela; se não soube é porque a coisa foi quente, não sou idiota.
– Como é que é, carta? Preciso ver isso. Vamos marcar um café e conversamos com calma.
– Está certo, vamos, nas quem foi ela?
– Um antigo caso de Ricardo...
7 comentários:
Eu quero mais obsessão.... Estou sedento de obsessão, curioso por ter imaginado até a última frase escrita que a tal Maria Cristina era mãe de Ricardo...
Só você julio, mãe dele ????
RSRSRS
Vai saber, minha imaginação é fértil...
Adoro homens com imaginação fértil...
É por isso que o Henricão se deu bem né... hehe
Não sei se ele se deu bem, teremos que saber dele, mas o que posso garantir é : EU ME DEI BEM!
Como é bom o amor verdadeiro e maduro...
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