domingo, 29 de maio de 2011

CONTO DE UM AMOR SÓ

Segundo episódio
Não entendia a disposição das pessoas em sempre querer o ruim, o desagradável e o triste. Enxergar o fim de algo muitas vezes é doloroso, mas inevitável e necessário. O amor quando acaba, leva junto na maioria dos casos o respeito e quando se torna obsessivo leva junto á lucidez.
Naquela manhã decidiu resolver o caso. Falar, argumentar, dissuadir, persuadir, enfim, usaria de todos os recursos para fazê-la entender que era o fim. Que juntos não seriam mais felizes. Resolveu telefonar logo agora cedo e assim teria chance de marcar um lugar adequado para essa outra conversa. Teria também tempo para pensar em como dizer tudo àquilo que precisava.
Respirou profundamente e telefonou. O número tocou, tocou até cair na caixa postal. Desligou. Ligou novamente e idem, não teve coragem de deixar mensagem. “Por que não atendia?” Pensou irritado, e insistiu ligando para casa dela. Nada. Nem sequer pegou a secretária eletrônica. Ficou preocupado e olhou pela janela. Interfonou para o porteiro que lhe garantiu que suas ordens foram seguidas e que a mulher desistiu depois de algum tempo, indo embora num táxi.
Fez tudo que precisava pela manhã e ligava em intervalos de hora para o celular que não respondia. Não sabia se iria até a casa dela. Alguma coisa tinha acontecido. Enquanto terminava um trabalho no computador seu celular tocou. Ficou nervoso e atendeu.
– Alô.
– Você ligou?
– Sim e você não atendeu.
– Fez o mesmo comigo ontem, anteontem, trasanteontem, estamos quites. O que quer?
– Falar com você.
– Não quero mais falar contigo.
– Como não? Ficou me perseguindo, ligou diversas vezes e agora diz que não quer. Parecia uma louca na frente do prédio... Alô... Alô... Que idiota, desligou na minha cara!!!

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