terça-feira, 25 de outubro de 2011

Recôncavo


           Hoje pela manhã senti o cheiro da Bahia, de tudo e de todos. O cheiro das baianas fritando o acarajé no dendê, o odor dos negros suados em seus corpos esculpidos pela areia e pelo vento de lá, lindos e desejosos do meu tocar; as fitinhas coloridas abanando os meus pedidos. Nunca fui para a Bahia, mas seu perfume me embriagou; a água de cheiro das escadarias lavadas e a brisa vinda do Atlântico, regada pelo olor dos coqueiros que dançam o Olodum me permitiram uma viagem inebriante até onde jamais estive. Não em presença física, mas em alma, espírito de minhas raízes, certamente eu estive por lá, nos genes de meus negros antepassados, pois sinto a cor preta em minhas veias brancas pálidas e fracas. E o meu cabelo arrepia, arrepia! Sinto o gosto do fumo e do cacau, pisei nas terras encardidas de Jequié, Juazeiro e Camaçari, meu pé descalço vislumbra o pó das estradinhas que beiram o São Francisco, sou toda filha de Iansã e fui para as Festas de Santa Bárbara. O cheiro é forte, sinto o gosto das coisas, vejo as gentes, ouço os ventos e toco tudo que há... Na Bahia de Nosso Senhor...

3 comentários:

Marcia Salomon disse...

Salve a Bahia!!! Viajei nessa com voce! Adorei! Beijos Marilinda!

Valsa Literária disse...

Que bom que seu comentário entrou, ufa....Valeu, adorei ver seus escritinhos aqui em meu Blog.
Beijocas

Anônimo disse...

Há mesmo um cheiro da Bahia...

Enrique

DOIS AXIOMAS RALÉS

  AXIOMA AMOROSO Entender o outro É respeito Aceitar o outro: amor.   AXIOMA REVOLTO Ahhhhhhhhh! Ignorância É a matriz da acei...