Sorria demasiadamente, tinha elogiado duas ou três vezes meu sorriso, minha pessoa e tudo mais meu. Acreditando dei corda para esse falatório todo e cada vez mais entregava ao destino, minhas fraquezas todas. Sumia e voltava cada dia mais cheirosamente encantador.
Eu carregava toda a ingenuidade do mundo; ia aos solavancos depositando tudo que havia dentro e fora de mim. Aos poucos me despia daquilo que eu era, e destinava agora a essência de mim mesma, para aquele sorridente ser.
As trocas eram parcas e sutis, pouco percebia que a doação era uníssona, unilateral e sorria tal qual a garotinha para o sorvete derretido. Á socapa, metia os pés pelas mãos, e amanheci sozinha, completamente sozinha.
Gente havia para todo lado, mas a solidão é egoísta, não enxerga pessoa ao lado, é sorrateiramente inimiga e faz companhia para as almas desoladas. Quando percebi, ri e ironicamente eu sorria...
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