terça-feira, 29 de março de 2011

A ESPERA DA PERSONAGEM - PARTE XIX

        Embebidos em uma conversa-descoberta, ambos não viram o tempo correr. Maria Amélia respondeu a uma enquete proferida por Gomes, num bate-rebate inescapável. Do time preferido, aos gostos musicais, enumeravam as afinidades, que não eram poucas. Gomes evitou falar na viúva, mãe de sua única filha, e Amélia sentiu uma ponta de dor ao pensar que nunca seria mãe.
– Por que não gosta de Aristeu?
– Não sei dizer, acho que não gosto da ideia de seres mitológicos, talvez um bíblico seria melhor, Paulo ou João.
– Minha vó escolheu meu nome e disse que era de princesa. De fato houve uma aqui no Brasil, dizia que tínhamos descendentes na realeza, pois meu sobrenome é parecido, mas acho que era mentira da vovó.
– Vamos jantar juntos?
– Quando?
– Hoje, no meu apartamento.
– Não sei.
– No seu, então.
– Pode ser no seu, não saberia como recebê-lo.
– Tenho certeza como vou receber você!
         O garoto sussurrava no ouvido da mocinha que resgatava os pães...
– Ele convidou ela, eu ouvi.
– Jura, vai lá ouvir o resto, ela aceitou?
– Velhinho safado esse seu Gomes, "mó" cantada na tia.
– E tem idade pra namorar...
         Lá do caixa o Portuga gritou para os dois pararem de balelas e fazerem o serviço, que tinha gente esperando. No balcão Maria Amélia segurava o papelzinho com o endereço de Aristeu e toda a insegurança do mundo.

Um comentário:

Selma disse...

Onde está a continuação???? please, coloque aqui... agora quero saber como vai acabar. Estou adorando !!! Vai lá Amélia!!!! torço por você querida!!!!!

DOIS AXIOMAS RALÉS

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