A moça chegou até a loja de
penhores um tanto assustada. Titubeou se iria mesmo fazer aquilo. Olhou, respirou e entrou. O dono veio recebê-la
com um olhar irônico e assustador. A mocinha pensou, estremeceu, pensou e disse
que queria penhorar sua alma. O homem riu e perguntou-lhe se não era melhor vendê-la
de uma vez, porque na penhora o prazo para o resgate era bem menor, isto é, a
moça ficaria sem sua alma por um determinado tempo e depois deveria resgatar o
penhor. Ficou apreensiva, duvidou, queria tanto penhorar sua alma em troca da
tranquilidade eterna, pelo menos por um instante. Decidiu que não venderia.
Saiu de lá então, murcha, vazia, sem umazinha sequer sensação, sem vontades,
desejos, tristezas, lembranças, nada, nada! O homem riu e pensou: “Apreensão do
bem penhorado... Essa não volta mais.”
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
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POEMETO COM MOTE
Mote: Por fora não se nota, mas a alma anda-me a coxear há setenta anos. (Saramago em As pequenas memórias) Qual alma não vacila? Oscila.....
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Na era do tanto-faz, quem tem afeto é Rei.
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Mote: A história acabou, não haverá nada mais que contar. (Saramago, em Caim) No bar, o homem embriagado, narra a história da sua vida par...
2 comentários:
O texto é diferente com um sentido mais profundo, dentro da alma. gostei...gostei...my
Que bom mamita!
beijinhos
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